A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

14
Dez 10

 

Aproxima-se mais um Conselho da União Europeia onde se vão tomar decisões que estejam de acordo com o desejo da Senhora Angel Merckel!

 

As propostas apresentadas no Ecofin por Jean-Claude Junker, Primeiro-Ministro Luxemburguês e Coordenador do Eurogrupo, à partida aceites pela maioria dos Estados membros do Euro, estão condenadas ao fracasso porque a Alemanha não as quer e, pior do que isso, conseguiu aliar-se à França para vingar melhor a sua afirmação de poder sobre todos os outros vinte e sete. Não perdem oportunidade nenhuma para confirmarem a sua determinação anti-europeísta. Continuam a não ver bem o que lhes pode também acontecer – É que, se a bonança não vier, a tempestade vai arrasar com toda a Europa, mesmo para além da zona Euro, incluindo naturalmente a Alemanha e a França.

 

Enquanto estamos neste limbo, a nossa soberania e democracia onde estão? De descanso, de férias ou em qualquer outra situação, mas, ativas é que não!

 

Hoje, a quase totalidade das grandes decisões que nos dizem respeito não resultam de opções dos nossos órgãos de Estado legitimamente eleitos. São medidas tomadas pelos Conselhos Europeus onde, como vai acontecer na 5ª e 6ª Feira, o que conta é a vontade da Alemanha e seus “satélites”, na Comissão Europeia que faz exactamente o que a Alemanha manda, nos escritórios cinzentos das agências de rating, nos grandes edifícios de vidro onde funcionam as sedes dos bancos alemães e, duma forma geral, nos bankers do grande poder financeiro universal.

 

Soberania e democracia onde estão?

SBF

publicado por voltadoduche às 16:59

06
Nov 10

 

No terceiro andar, olhando pela janela, conseguia viajar ao futuro.

 

Mais depressa do que a velocidade das águas do Tejo que, sem hesitações, corriam na direção da barra, desviando-se a seguir do Bugio, a ida ao futuro entusiasmava-me e colocava-me no melhor dos mundos com que alguma vez fosse possível sonhar.

 

O Outono Marcelista ameaçava permanecer infinitamente e nem a ala liberal conseguia transformar em luz, as nuvens que por aqui pairavam.

 

E a Guerra continuava!

 

Daquela janela do terceiro andar, conseguia saudar os do “Bragança” quando subiam os degraus de pedra da do Alecrim ou pela outra janela bem encostada à “minha”. Neste caso – tratando-se de albergue tão ilustre, não fosse pelo Eça do IXX assim tratado nos vários escritos e na “Tragédia da Rua das Flores” que, daqui consigo mirar, não a “tragédia”, mas a rua – dada a circunstância de, em vez de andar para a frente, me inspirar passado, tratei de apurar aqueles momentos mágicos de recolhimento e concentração, para que as idas ao futuro saíssem muito mais certeiras do que as “revisões” em alta ou em baixa das instituições de controlo económico e financeiro, que saltitam por tudo o que é comunicação social e a toda a hora.

 

Em Alcântara-Mar, a abarrotar de Mães e Pais, Irmãos e Irmãs, Mulheres e Filhos, que, por sua vez, se multiplicavam em lenços brancos marcados pela saudade antecipada. O “Niassa”, apontado ao corredor da barra, separava-se do Cais, e de verde azeitona colorido lá começava a dobrar a ondulação em sintonia com os silvos estridentes assinalando a partida.

 

A Guerra ainda estava lá!

 

De Salazar se fez Caetano e da Primavera se fez Outono!

 

Doze dias depois, outro Cais em África, muita gente mas agora é a chegada. A bordo só fica a esperança no regresso. Fora de bordo está o desconhecido, a ansiedade e muitas vezes o medo e o desespero.

 

Pela janela do terceiro andar, numa das idas ao futuro em muito tempo contado em anos e a do Alecrim em fundo…

 

Com intermitências, conseguia perceber as imagens, mesmo foscas, duma SOBERANIA desanimada e indefesa perante um gigante louro de olhos azuis, fêmea q.b. e vestimenta colorida. A servir de ESCUDO, o gigante trazia uma plataforma de coesão que, quando muito bem entendia e porque tinha todo o poder e dele fazia o que queria, a transformava em arma de arremesso, mais conhecida como MERCADO, com um alcance periférico sem limite de distância e vergonha. Embora um pouco encobertos pelo gigante que os protegia, dava para ver, sempre a crescer, os peões que me sopraram chamarem-se JUROS. Estes peões iam avançando no tabuleiro de xadrez que agora via claramente, enquanto o gigante se resguardava entre as TORRES DE BRUXELAS. Os JUROS conseguiram ameaçar as defesas da SOBERANIA que, num último momento, se aguentou e recuperou até algumas linhas no tabuleiro. A resistência está difícil, o XEQUE-MATE pode surgir a qualquer momento mas, enquanto há vida, há esperança!

 

Naquele terceiro andar, à janela, conseguia ver a continuação da Guerra que matou e estropiou. Conseguia sentir a emoção dos portões de Caxias e de Peniche que se abriram a Portugal. Conseguia sentir o peso dos séculos duma NAÇÃO, tantas vezes ameaçada e outras amordaçada, mas sempre libertada.

 

Da janela do terceiro andar, vi calarem-se as granadas e as metralhadoras, vi abraços fortes de liberdade e vi o fim da Guerra.

 

As portas que Abril abriu à SOBERANIA não se fecharão à esperança!

SBF


07
Out 10

 

As sucessivas (quase diárias) previsões e revisões em alta ou em baixa do desempenho económico de Portugal, do FMI, OCDE, UE, BdP, Agências de Rating, BCE, Eurostat, Manuel, Joaquim, Zé Ninguém e por aí fora, ou as variações constantes do PSI20 da bolsa, provocam nós na cabeça dos portugueses.

 

Como as variações são constantes, eles arranjam (se não há, inventam) sempre justificação para a subida, descida ou, nem uma coisa nem outra.

 

O mais engraçado é que, invariavelmente, as previsões são sempre revistas, e, se tivermos a paciência de tomar nota das últimas, concluímos que as instituições nacionais e estrangeiras que fazem estes exercícios, erram, mas erram s que chateia é que, em consequência destes “comunicados”, os especuladores tratam da sua “vidinha”, e acertam as estratégias para o dia seguinte. Os juros lá sobem ou descem (mas pouco) e, quem paga, é sempre o mesmo.

 

Ao mesmo tempo, os “abençoados” da comunicação social, especialmente das televisões, com o expediente e eficiência que se lhes reconhece, logo organizam, na “capital do império”, colóquios, debates de especialistas, fóruns sem limite de tempo para as intervenções, entrevistas com pivôs (não é “prego”, é moderador(a)) premiados internacionalmente, e outras formas de dar sentido inequívoco à singular democracia que se vive no nosso País.

 

E então, nessa conformidade, avançam para esses cuidados areópagos os habituais “cangalheiros” cá do sítio, vestidos, de preferência, de fato escuro os homens e, as mulheres, de saia e casaco, igualmente de cor escura. Vão, com muito sacrifício, materializar mais uns tempos de antena, para decifrarem, em abono do amado povo português, as revisões das previsões e as previsões do que há-de ser revisto!

 

SBF

publicado por voltadoduche às 18:05

09
Set 10

 

Não era preciso esta última decisão do visto prévio nos orçamentos nacionais pela Comissão Europeia, para sabermos que a nossa soberania, a pouco e pouco e se nada fizermos, está a ir para o “beleleu”!

 

Como há muito tempo acontece, a nossa posição está enfraquecida e não temos margem para nos batermos em Bruxelas pelo quer que seja. A nossa soberania foi sendo “cedida” logo desde a adesão, com a implementação de políticas da CEE restritivas à produção nalguns setores industriais e, principalmente, na agricultura e nas pescas, em troca do pagamento de subsídios compensatórios e dos fundos estruturais que, numa grande parte, foram mal utilizados.

 

O resultado foi a destruição do nosso aparelho produtivo – Eliminação da nossa frota pesqueira, da indústria naval (temos o maior mar da Europa), da agricultura, da siderurgia, da construção de comboios, indústria vidreira, dos têxteis, etc., etc. – Que, a par das novas tecnologias e de outros bens transacionáveis, fariam com não estivéssemos tão dependentes como estamos.

 

Os milhões que todos os dias, desde há muitos anos, chegaram ao nosso País, foram como “peixe já pescado”, e fomo-nos habituando a não precisar de o ir pescar. E agora? Agora vamos ter de o pagar, e bem pago! Com o visto prévio de Bruxelas no orçamento, até o papel higiénico vai ser gasto à medida da Comissão Europeia!

 

Para darmos a volta a isto e podermos dizer NÃO à UE, temos que produzir muito mais para exportar e para o mercado interno – se consumirmos nacional, evitamos importar – recuperando alguma agricultura e todas as indústrias ligadas ao mar, incluindo a pesca e a construção e reparação naval. Paralelamente, o saneamento financeiro das contas públicas tem de ser real.

 

SBF

publicado por voltadoduche às 02:21

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