A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

02
Jul 11

 

A vida de D. Maria Adelaide de Bragança testemunhada aqui por Raquel Ochoa, ilustra bem de que “massa” algumas pessoas são “feitas”.

 

A obra, rapidamente “absorvida” por mais de um leitor cá em casa, está muito bem construída e faz jus ao gosto que tive quando li outras coisas da autora.

 

A par da vida desta Senhora que, se fosse esse o caso, inspiraria muitos romances e filmes, conta-nos Raquel, um lado da nossa história que normalmente não conhecemos. É sempre assim que acontece, «só dos vencedores reza a história». Independentemente do que esteve certo ou errado, tudo passou no tempo e devia também ter passado à história. Os intervenientes dum lado e do outro tiveram vidas, foram patriotas dos “quatro costados” e, neste livro, fica bem demonstrado que se revelaram grandes figuras de quem nos podemos orgulhar e prestar-lhes todas as homenagens.

 

Raquel Ochoa dá-nos vários “quadros” da grandeza da “Infanta” ao longo da vida, bem patenteada na sua participação “resistente” anti-nazi durante a ocupação fascista de Viena sofrendo prisões e torturas e, depois, já em Portugal, com a criação e manutenção da “Fundação D. Nuno Álvares Pereira” até ao final dos anos setenta.

 

A forma como D. Maria Adelaiderecebe” um assaltante nocturno em sua casa, é lição intemporal e universal. Só “grandes” pessoas têm este grau de humanismo!

 

Raquel Ochoa nasceu em 1980, em Lisboa. Tem viajado bastante aproveitando a descoberta e aprendizagem para a sua escrita. Em 2009 ganhou o Prémio Literário Revelação Augustina Bessa-Luís, com o (grande) romance “A Casa-Comboio” que percorre quatro gerações da mesma família indo-portuguesa e que me deu muito prazer ler.

 

A edição é da “Oficina do Livro” e a 1ª de Junho de 2011.

 

Silvestre Félix

 

(Gravura: Capa do livro digitalizada)

publicado por voltadoduche às 19:28

24
Fev 11

 

“A Casa-comboio” de

Raquel Ochoa

 

A jovem escritora Raquel Ochoa, vencedora do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís 2009 instituído pela Estoril-Sol, conseguiu, através do seu primeiro romance – A Casa-comboio, prender-me à genial narrativa do princípio ao fim.

 

Independentemente da qualidade da escrita, o romance, que é histórico, dá a conhecer uma parte importante da nossa história materializada no conhecimento do epílogo do Estado Português da Índia. Na verdade, em 1961, os acontecimentos e os pormenores da entrada da União Indiana em Goa, Damão, Diu e Nagar-Aveli, nunca foram revelados ao povo português. A forma como as coisas aconteceram estão bem ilustradas nesta obra, embora o livro não se detenha duma forma principal nesta questão.

 

Raquel Ochoa conta a saga da família Carcomo ao longo de 4 gerações desde 1885 em Damão, até 2001 em Portugal. Pelo meio, a autora mostra-nos pela escrita os locais onde, através dos tempos, se desenrolam todos os momentos, bons e maus, desta família, desde Honorato, um filho Rudolfo, um neto Baltazar, uma bisneta Clara e todos de apelido Carcomo.

 

Raquel Ochoa nasceu em 1980 em Lisboa. Começou por escrever crónicas de viagens em resultado das suas reportagens e, à Índia, já foi mais de uma vez.

 

Edição da Gradiva e a primeira em Março de 2010.

 

Silvestre Félix

 

(Imagem: Cartaz com a capa do livro do blogue da autora)

publicado por voltadoduche às 21:31

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