Foi o Primeiro-Ministro e, ou, o Presidente do PSD?
Ou será que foram os dois?
Pedro Passos Coelho foi à Quarteira cumprir calendário e muito bem. A mais não é obrigado e já muito mérito tem, por ter recuperado a presença do líder do PSD na mítica “Festa do Pontal”. Mas para dizer tão pouco não é preciso criar-se falsa expectativa. Basta estar presente!
Passos Coelho e alguns dos seus companheiros, embora tenham prometido resistir, lá vão falando do passado e das malditas heranças, mesmo que despropositadamente em discursos oficiais como o fez o Ministro da Defesa. Esquecem-se que, para além da dívida, alguns dos nossos graves problemas estruturais que provocaram mais de uma década de fraco crescimento económico, têm o selo “laranja”. A começar pela errada aplicação dos fundos provenientes da CEE na pré-adesão e pós-adesão, o abate da nossa Marinha Mercante e frota pesqueira, o abandono da indústria leve e pesada o incentivo ao abandono da agricultura, etc., etc. Alguns dos responsáveis por essas decisões, agora, se calhar, assobiam para o lado e estão ao lado deste Governo.
Nem todos os portugueses são culpados da situação em que nos encontramos e muitos menos os que agora são os mais visados com as medidas de austeridade. Ao contrário do que muitos nos querem fazer crer, duma forma geral somos empreendedores e trabalhadores. Foi a nossa classe política (arco do poder – PS, PSD e CDS) que, por incompetência, negligência ou cedendo às clientelas, governou mal, pelo menos nos últimos 25 anos. Ninguém pode cuspir para o ar sem correr o risco do cuspo lhe cair em cima. Nada do que aqui escrevi branqueia o desastre da última metade da governação de José Sócrates.
Portanto, quando falarem do passado sejam justos e verdadeiros.
Silvestre Félix