A propósito das notícias que dão conta do Exército ter incorporado mil jovens para “praças”, alegadamente sem autorização do Governo, que evidentemente eu não acredito tenha acontecido assim, dei comigo a aceitar a minha própria contradição.
Na verdade, numa perspetiva de União Europeia, até algum tempo, achava que não se justificava manter as Forças Armadas com este grau de operacionalidade. Eliminado o perigo de invasão militar do nosso território e com a previsível tendência de integração europeia no âmbito da NATO ou fora, o caminho certo seria reformular todo o aparelho militar a uma dimensão residual.
O que “ontem” era verdade, hoje é mentira!
O ponto em que a União (só já tem o nome) Europeia se encontra é de prelúdio de desagregação. Num dia qualquer destes, acordamos com a União (?) esfrangalhada com, cada um para seu lado. Os egoísmos dos mais poderosos acabaram com o projeto sonhado e implementado pelos sofredores de sucessivas guerras entre vizinhos. Pelo meio, usando ferramentas ao serviço do neoliberal e desenfreado capitalismo, vão pondo os mais fracos de joelhos que, obrigados, lhes servem as soberanias de bandeja.
Por isto e por muito mais, as Forças Armadas Portuguesas devem manter-se operacionais, mesmo que num quadro de forte austeridade. Há muita despesa que pode e ser eliminada, os lóbis controlados, as altas patentes engajadas num projeto viável mas, agora mais do que nunca, é imprescindível que as Forças Armadas Portuguesas tenham capacidade para garantirem serem o último reduto da soberania nacional.
Silvestre Félix