A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

01
Out 10

 

O mundo de hoje está completamente vazio de ideologia. Não há socialismo, não há social-democracia, não há comunismo, não há democracia-cristã, etc., etc., que resista à atual situação. Na Europa, há Governos diversos com os mesmos problemas.

 

Os Países, as sociedades, os Governos, estão completamente reféns do mundo financeiro especulativo que, por sua vez, se continua a sustentar no negócio da energia/petróleo.

 

As ténues ameaças que começaram a pairar sobre os grandes monopólios das petrolíferas, fizeram com que os trunfos fossem todos colocados na mesa e passaram ao ataque.

 

A globalização foi uma batalha ganha pelas grandes multinacionais. O grande capital conseguiu assim fechar as Industrias no ocidente, onde o operariado já ascendia a ordenados médios, e voltar a abri-las nos chamados países emergentes, onde, os gastos com pessoal, representa nalguns casos, um décimo da Europa ou USA. Com esta troca, voltaram a faturar lucros fabulosos e, em contrapartida, a crise caiu em cima de todo o mundo ocidental com falências umas atrás das outras, obrigando os governos a socorrer os cidadãos reforçando os apoios sociais e aumentando significativamente os seus deficits e as suas dívidas soberanas.

 

É mais ou menos neste ponto que estamos em Portugal.

 

Quantas multinacionais se deslocalizaram nos últimos dois anos e meio?

 

Qual é a percentagem da nossa taxa de desemprego que corresponde a fechos destas industrias?

 

Qual era o peso na nossa exportação destas empresas que fecharam e se mudaram para a Índia, para o Paquistão, para a China ou para qualquer outro sítio?

 

Ninguém dá estas respostas. Também é verdade que ninguém pergunta!

 

Se, nestes últimos anos, o Governo fosse: do PSD, do CDS, do BE ou do PCP, as multinacionais não se tinham ido embora?

 

É só papagaios! Quando os oiço falar, tenho vontade de baixar o som! Já não há pachorra!

 

Precisamos consolidar as contas públicas com ações e menos paleio e, para não estarmos nas mãos de multinacionais, de Berlim ou de Bruxelas, o mais depressa possível, valorizarmos o produto nacional restaurando a nossa industria pesqueira, a agricultura, construção e reparação naval, tornar os nossos portos de mar competitivos com os do norte da Europa, investir em tudo o que tenha a ver com energia limpa e renovável, revigorar a industria vidreira e de porcelana, etc., etc. Paralelamente, articular e desenvolver ações de parcerias com o Brasil, PALOP’s, e outros países africanos.

 

Os cangalheiros que por aí andam, não vão conseguir enterrar já este – PAÍS – a caminho de 900 anos de existência!

 

SBF

publicado por voltadoduche às 17:44

25
Ago 10

A multinacional “Delphi” (CLICAR) volta a fazer notícia de primeira página. A fábrica da Guarda está a chegar ao fim como já aconteceu com muitas outras. Também esta empresa se deslocalizou para outras paragens, onde vai pagar um terço ou menos dos nossos ordenados e onde beneficiará de muito mais incentivos dos que existem no Ocidente.

 

Nos últimos 20/25 anos, o aparelho produtivo nacional foi substituído por uma bateria de multinacionais. Foram chegando com grandes promessas de desenvolvimento e garantias de absorção de toda a força de trabalho disponível, nas regiões onde se instalaram. Os municípios entregaram terrenos por “tuta-e-meia” para construírem as unidades de produção e o Governo da República ofereceu incentivos fiscais e outros.

 

Assim, descaradamente em desvantagem – sem incentivos fiscais e sem terrenos de borla – a nossa agricultura, a nossa pesca, os nossos estaleiros navais, os nossos comboios, os nossos portos e a nossa indústria duma forma geral, desapareceram e acabaram – por abate subsidiado pela UE ou falta de competitividade – substituídos pelas “modernas” multinacionais.

 

Com a crise universal instalada também em Portugal, e os sucessivos tiros nos pés que Bruxelas foi dando, atirando o ónus da recuperação para cada País individualmente ignorando o princípio da solidariedade entre os estados da UE, rapidamente percebemos que, acima de tudo, temos de contar connosco e com os que nos são próximos, e esses, não são de certeza os da outra Europa que detém hoje o poder.

 

Silvestre

 

(Link: DN Online)

publicado por voltadoduche às 22:52

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