O mundo de hoje está completamente vazio de ideologia. Não há socialismo, não há social-democracia, não há comunismo, não há democracia-cristã, etc., etc., que resista à atual situação. Na Europa, há Governos diversos com os mesmos problemas.
Os Países, as sociedades, os Governos, estão completamente reféns do mundo financeiro especulativo que, por sua vez, se continua a sustentar no negócio da energia/petróleo.
As ténues ameaças que começaram a pairar sobre os grandes monopólios das petrolíferas, fizeram com que os trunfos fossem todos colocados na mesa e passaram ao ataque.
A globalização foi uma batalha ganha pelas grandes multinacionais. O grande capital conseguiu assim fechar as Industrias no ocidente, onde o operariado já ascendia a ordenados médios, e voltar a abri-las nos chamados países emergentes, onde, os gastos com pessoal, representa nalguns casos, um décimo da Europa ou USA. Com esta troca, voltaram a faturar lucros fabulosos e, em contrapartida, a crise caiu em cima de todo o mundo ocidental com falências umas atrás das outras, obrigando os governos a socorrer os cidadãos reforçando os apoios sociais e aumentando significativamente os seus deficits e as suas dívidas soberanas.
É mais ou menos neste ponto que estamos em Portugal.
Quantas multinacionais se deslocalizaram nos últimos dois anos e meio?
Qual é a percentagem da nossa taxa de desemprego que corresponde a fechos destas industrias?
Qual era o peso na nossa exportação destas empresas que fecharam e se mudaram para a Índia, para o Paquistão, para a China ou para qualquer outro sítio?
Ninguém dá estas respostas. Também é verdade que ninguém pergunta!
Se, nestes últimos anos, o Governo fosse: do PSD, do CDS, do BE ou do PCP, as multinacionais não se tinham ido embora?
É só papagaios! Quando os oiço falar, tenho vontade de baixar o som! Já não há pachorra!
Precisamos consolidar as contas públicas com ações e menos paleio e, para não estarmos nas mãos de multinacionais, de Berlim ou de Bruxelas, o mais depressa possível, valorizarmos o produto nacional restaurando a nossa industria pesqueira, a agricultura, construção e reparação naval, tornar os nossos portos de mar competitivos com os do norte da Europa, investir em tudo o que tenha a ver com energia limpa e renovável, revigorar a industria vidreira e de porcelana, etc., etc. Paralelamente, articular e desenvolver ações de parcerias com o Brasil, PALOP’s, e outros países africanos.
Os cangalheiros que por aí andam, não vão conseguir enterrar já este – PAÍS – a caminho de 900 anos de existência!
SBF