A evocação da tragédia de Camarate, como vem acontecendo todos os anos, juntou neste Sábado muita gente maioritariamente da área de influência do PSD e do CDS.
Mais uma vez, a tentação de fazer ressuscitar a AD (Aliança Democrática), foi tema de conversa e não escapou à primeira página de alguns jornais.
Pedro Passos Coelho e Paulo Portas referiram-se à possibilidade da constituição dum futuro Governo, envolvendo os dois partidos de que são líderes, o PSD e o CDS.
Por todas as razões e mais algumas que não é difícil descobrir, o PS não resistirá ao próximo escrutínio eleitoral. Só não sabemos quando é que este Governo chega ao fim nem quando haverá eleições.
Seja quando for, mantendo-se mais ou menos os atuais pressupostos, a vitória do PSD nas urnas é uma inevitabilidade. A questão que se põe, é se vai sozinho a votos ou se vai coligado com o CDS. Para garantirem à partida uma dinâmica ganhadora, é claro que é vantajoso irem já coligados.
Mesmo que assim seja, as motivações de hoje não têm nada a ver com as de 1980. As coisas agora são mais calculistas e, infelizmente, o tabuleiro está cheio de “interesses” para jogar. Sabemos melhor agora que, em 1980, os planos de Sá Carneiro passavam pela possibilidade de abdicar do poder, se Ramalho Eanes ganhasse as presidenciais como realmente veio a acontecer. Duvido que, pelas mesmas razões de carácter, e sendo Primeiro-Ministro, algum político no ativo hoje, tomasse idêntica atitude.
Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, podem coligar-se nas próximas eleições para formar Governo, mas… ninguém se iluda, não é a mesma coisa…passaram 30 anos, grande parte deles com má governação e, nem o primeiro é Sá Carneiro nem o outro é Freitas do Amaral ou Adelino Amaro da Costa, e o Arquiteto Ribeiro Telles também já não está no PPM.
SBF