A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

12
Dez 12

A, Mário Soares, já não se lhe acrescenta elogios nem méritos porque se escala houvesse sido constituída, já teria “rebentado”, mesmo descontando defeitos e desmerecimentos que também os tem.

 

Reconhecida a excelência da criatura como selo validador do atrevimento da minha opinião, embrulhou-se-me as tripas ouvindo o senador afirmar tamanho erro de perceção;

 

“nem no tempo de Salazar” o “Governo foi tão odiado”


A reação intestinal foi vigorosa e tem a ver com o fator “surpresa”. É normal escutarmos comentários deste tipo em pessoas mais jovens que não viveram no período da ditadura mas ao ex-presidente, nunca pensei ser possível.

 

Decerto Mário teve “uma branca”!


Salazar tinha a funcionar o aparelho da ditadura com um protagonismo destacado da pide, da censura, da repressão duma forma geral, sem oposição no pseudo-parlamento e com a propaganda bem afinada e sincronizada aos desígnios do regime,

 

ou seja, naquele tempo, que Mário Soares tão bem conheceu e sofreu, não havia meio de fazer a medição do ódio que os portugueses tinham pelo Governo.


Este tipo de abordagem e comparação é muito perigosa e o senador, melhor que ninguém, devia saber isso.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 17:25

03
Ago 09

 

O dia 3 de Agosto será sempre “o dia da cadeira”.
No Forte de Santo António, no Estoril, neste dia mas em 1968, “o botas” caía da cadeira e era o princípio do fim.
Se a cadeira não estivesse podre, tudo podia ter sido diferente, ou seja, ainda tínhamos levado com “o botas” mais algum tempo.
Iniciada a “primavera Marcelista”, depressa se percebeu que as coisas não iam mudar no essencial. Mesmo assim, havia alguma esperança até “o botas” ter desaparecido, a caminho de Santa Comba Dão, em 27 de Julho de 1970.   
A propósito, onde é que parará esta cadeira? É que… pelo sim pelo não, devia estar sempre a jeito… nunca se sabe!
SBF
publicado por voltadoduche às 18:20

15
Jun 09

 

A livraria era pequenina tal e qual a rua que ainda hoje se chama Bernardino Costa. Vai do Largo do Corpo Santo até à Praça Duque da Terceira (vulgo, Cais Sodré).

Mesmo com pide e censura à perna (dos livreiros), lá conseguia alguns livros interessantes, principalmente de poesia.
O outro livreiro que me batia à porta (no emprego), uma vez, apareceu-me

 

com uma caixa que tinha dentro 12 volumes, tipo “de bolso” pró grande, com a “História da Filosofia” da Editorial Presença, edição de 1970, com a dica de “censurado”, ou seja, proibido. O Preço não me lembra, mas era para pagar em prestações. Acho que corria o ano de 1972, ano em que se sentia um reforço na repressão por parte da pide, naquela altura chamada DGS - Direcção Geral de Segurança, e especialmente em tudo o que era; Imprensa, rádio e livros.
Oh Senhor Francisco, eu até gostava de ficar com os livros, mas como é que faço para os ler no comboio?
Não há problema, o livro que trouxeres para ler, forras com papel que tenha fotografias ou desenhos, assim como se fosse a capa verdadeira, e nunca baixes muito o livro, porque quem vem sentado ao teu lado pode ser pide ou bufo, ler o texto, perceber que livro é e arranjar-te sarilhos. Em casa, não os ponhas numa estante, deixa-os estar na caixa e guarda-os num sítio que não dê nas vistas. Mais importante que tudo, nunca digas a ninguém que tens esta colecção em casa. Um bufo pode estar mesmo ao nosso lado todos os dias e a gente não sabe.
Às vezes, lia estes e outros livros no comboio, tinha medo e até 25 de Abril de 1974, no nosso país, foi assim.
SBF
(Foto: Capa do X volume da colecção referida)
publicado por voltadoduche às 01:02
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