A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

25
Abr 10

“As Portas que Abril Abriu”

de Ary dos Santos

 ...

Foi esta força sem tiros

de antes quebrar que torcer

esta ausência de suspiros

esta fúria de viver

este mar de vozes livres

sempre a crescer a crescer

que das espingardas fez livros

para aprendermos a ler

que dos canhões fez enxadas

para lavrarmos a terra

e das balas disparadas

apenas o fim da guerra.

 

Foi esta força viril

de antes quebrar que torcer

que em vinte e cinco de Abril

fez Portugal renascer.

 

 (Continua)

 

SBF

 

(Dos Poemas sobre o 25 de Abril – Link PCP -CLICAR)

publicado por voltadoduche às 02:02

24
Abr 10

 

 

 

 

(Parte “As portas que Abril Abriu”

de Ary dos Santos)

 

 

Quem o fez era soldado

homem novo capitão

mas também tinha a seu lado

muitos homens na prisão.

 

Posta a semente do cravo

começou a floração

do capitão ao soldado

do soldado ao capitão.

 

Foi então que o povo armado

percebeu qual a razão

porque o povo despojado

lhe punha as armas na mão.

 

Pois também ele humilhado

em sua própria grandeza

era soldado forçado

contra a pátria portuguesa.

 

Era preso e exilado

e no seu próprio país

muitas vezes estrangulado

pelos generais senis.

 

Capitão que não comanda

não pode ficar calado

é o povo que lhe manda

ser capitão revoltado

é o povo que lhe diz

que não ceda e não hesite

– pode nascer um país

do ventre duma chaimite.

 

Porque a força bem empregue

contra a posição contrária

nunca oprime nem persegue

– é força revolucionária!

 

(Continua)

(Extraído do extraordinário poema “As portas que Abril Abriu” de Ary dos Santos, copiado de «Poemas sobre o 25 de Abril» da net/PCP)

 

SBF

publicado por voltadoduche às 18:48

05
Dez 09

 

Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
LER TUDO
José Carlos Ary dos Santos é um artista MAIOR! Temos tendência a identificá-lo só com a revolução dos cravos – mas não é correcto. Ary dos Santos, é um poeta revolucionário, o que é bem diferente.
Nasceu em Lisboa a 7 de Dezembro de 1937 e, em 1963, já está na rua a sua primeira obra; A Liturgia do Sangue. Nunca mais parou e depressa começou a vincar o seu talento na poesia da nossa praça. Escreve letras de músicas para os cançonetistas mais conhecidos da época; Simone, Tordo, Tonicha, Carlos do Carmo, Amália Rodrigues, etc., etc. Vence, em 1969, o Festival da Canção com a Desfolhada Portuguesa, musicada por Nuno Nazareth Fernandes e cantada por Simone de Oliveira, vence outras edições do mesmo festival com Tordo e Nuno N Fernandes.
Morreu a 18 de Janeiro de 1984.
Esta noite realizou-se no Coliseu dos Recreios um espectáculo de Carlos do Carmo homenageando o poeta 25 anos depois da sua morte. (VER AQUI OS PORMENORES)
SBF
(Foto: DN online)
publicado por voltadoduche às 01:30

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