Todos os especialistas do fenómeno “Amália”, e que acompanharam a sua carreira, continuam a afirmar, que nunca em Portugal se fez ideia de quanto famosa a Amália era, por esse mundo fora.
Passaram 10 anos sobre a sua morte e continua a ser idolatrada como se viva fosse.
Depois da sua morte, uma nova geração de fadistas apareceu, todos com Amália na alma, e não é exagero dizer-se que, mesmo morta, a diva, dá uma nova vida ao fado.
“Estranha forma de vida” foi a da Amália. Mesmo na ressaca da revolução dos cravos havia de sofrer o reverso da conquista da liberdade. Não foi só Amália. Houve muita gente famosa e sem ser famosa, que sofreu as injustiças do novo poder. As coisas boas são sempre mais caras e, neste caso, a democracia teve o seu preço. Mas o PREC passou depressa e passado pouco tempo, as pazes estavam feitas. O Presidente Mário Soares condecorou Amália com o grau de oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Ironia das ironias. Na verdade Amália Rodrigues também era revolucionária. É verdade! Quando começou a cantar Camões, Bocage, Pedro Homem de Mello, David Mourão Ferreira, Ary dos Santos, Manuel Alegre, O’Neill, e outros, foi caluniada e até perseguida como traidora.
O Sucesso do fado hoje, é, em parte, resultado das opções revolucionárias de Amália.
SBF
(Foto: Amália – Fonte: Net)