A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

16
Mar 11

Este dia 16 de Março é, por mim, sempre lembrado como prelúdio do dia 25 de Abril de 1974. É bom lembrar a muito boa gente que, naquele Março de 1974, continuava ativa uma Guerra Colonial imposta pela ditadura ao povo português e aos povos das Colónias.

 

É preciso continuar a dizer que os jovens portugueses, na sua grande maioria, iam para a Guerra obrigados. A alternativa à mobilização para a Guerra era o exílio. Alguns, uma percentagem muito pequena, conseguiam fugir à tropa, saltando clandestinamente a fronteira para Espanha e, daí, para o resto da Europa.

 

Os que por cá estavam, assentavam praça, sempre na esperança de não lhes calhar a eles e, depois da especialidade, lá vinha a “bomba atómica”!

 

Quando o jovem era mobilizado para a Guerra, a tristeza varria a família, os amigos, as namoradas ou as mulheres e filhos, enfim, era a desgraça que se abatia sobre todos.

 

Ontem assinalou-se em Lisboa o 50º aniversário do início da Guerra Colonial. As datas e os acontecimentos devem ser lembrados com dignidade. É isso que se espera dum Presidente da República. Parece que em matéria de discursos, o mais alto Magistrado da Nação, não anda bem aconselhado ou então, é muito mais conservador do que é suposto ser, neste cargo, e no Portugal democrático.

 

Cavaco Silva «elogiou o empenho, a coragem, o desprendimento e a determinação com que os jovens de há 50 anos assumiram a sua participação na guerra do Ultramar», e aponta esta falsa realidade como «exemplo para os jovens deste tempo».

 

Mas qual empenho e determinação? Não tinham outra hipótese! Se lhes perguntassem se queriam ir, 9 em cada 10, diriam que não! Uma vez no terreno, aí sim, assumiam o seu destino malfadado – matar para não ser morto!

 

Nunca esperei, depois do 25 de Abril, ouvir um político do campo democrático português, dizer tais coisas.

 

Silvestre Félix


15
Mar 11

Os portugueses, em futuras eleições, deviam ser capazes de castigar a sério os nossos dois maiores partidos. Estão a prestar um péssimo serviço ao País!

 

Cada um por sua vez, só me lembro daquela caricatura:

 

Não f…e, nem sai de cima! (a crise está por baixo)

 

É como se tivessem injetado uma droga para se esquecerem completamente de tudo o que os rodeia, ou então decidido adotar aquela máxima dos três macaquinhos: Um tapa os ouvidos e não ouve, o outro os olhos e não vê e, finalmente, o terceiro com a mão na boca e não… não, aqui não se pode aplicar por todos falam demais.

 

No meio da desgraça e independentemente do Governo ter mais ou menos culpa da situação, eu ainda acho (embora não goste nada) que estão a fazer o que somos obrigados a fazer, esteja lá Sócrates ou Passos Coelho. As condições objetivas são ditadas em Bruxelas/Berlim. Não estamos em posição de negociar o que quer que seja. Nesta conformidade, penso que o PSD está do lado errado, embora o Governo não esteja a facilitar e, o que faz constantemente é pôr o corpo a jeito.

 

Se tivéssemos um Presidente como deve ser em que o seu capital fosse a imparcialidade e, dessa forma, se apresentasse com credibilidade a todos os portugueses, o impasse podia ser resolvido, mas assim, abertamente em oposição ao Governo, não me parece que de Belém venha qualquer tipo de solução.

 

Mais uma vez, é sempre o mexilhão que lixa…

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 18:15

13
Mar 11

Neste fim-de-semana, a classe política portuguesa, tem dado sucessivas provas de que não merece o mínimo de consideração por parte dos cidadãos pagadores.

 

Com o péssimo contributo de Cavaco Silva, proferindo um discurso que mais parecia de líder da oposição do que de Presidente da República, ficaram criadas todas as condições para, mais uma vez, sempre em “meias-tintas”, se contestar a ação governativa. Como diz o Professor Jorge Miranda em entrevista ao Diário de Notícias de hoje, «O presidente tem de tirar as consequências do seu discurso». É isso mesmo, quem diz do Governo ou da sua ação, o que ele disse, não pode deixar andar como se não tivesse acontecido nada. Assuma as suas responsabilidades e dissolva a Assembleia. Porque não o faz? Tem todas as ferramentas para isso.

 

Passos Coelho não pode ficar à espera que Sócrates faça o que ele quer, ou seja, “declarar que não tem condições e apresente a demissão”. O Primeiro-Ministro já disse várias vezes que não o faz e, se não o fez na passada 4ª feira depois daquele discurso do PR, nunca mais o fará.

 

Se o PSD se revê no discurso de Cavaco Silva, se não concorda com as últimas medidas anunciadas pelo Governo, mesmo que estejam de acordo com a sua correligionária do PP Europeu, Chanceler da Alemanha e, na prática, líder da UE, então, que se chegue à frente, crie condições na Assembleia para mandar o Governo embora e vá para eleições. Também têm medo? De quê? Se não querem ou se não o podem fazer, então não travem a ação do Governo.

 

A discordância não é exclusiva do PSD. Não haverá um único português que esteja de acordo com estas ou quaisquer outras medidas de austeridade.

 

Do que se precisa é de alternativas… De bazófia estamos nós fartos!

 

Silvestre Félix


10
Mar 11

A moção de censura do BE apresentada e rejeitada hoje na Assembleia da República, não conta para nada. Só provou a incongruência da decisão do Bloco, tentando repor a sua agenda política depois das precipitações, pelo menos, das presidenciais.

 

A verdadeira moção de censura ao Governo foi apresentada ontem, de viva voz, por Cavaco Silva. Só não provocou a queda do Governo porque o Primeiro-Ministro é José Sócrates.

 

Mesmo neste universo medíocre da política portuguesa, há muito boa gente que não ouviria este ataque direto ao Governo e à sua ação governativa, sem que, na hora, batesse com muita força com a porta, e, se possível, na cara de Cavaco Silva.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 17:34

09
Mar 11

 

As expectativas que a comunicação social foi criando à volta do discurso que Cavaco Silva proferiu hoje na Assembleia da República, após a tomada de posse para o seu segundo mandato, foram, de certa forma, correspondidas:

 

O Presidente da República fez o diagnóstico esperado e, como também já estamos habituados, colocou-se à parte de qualquer responsabilidade no que Portugal é hoje. Não inventariou as causas e muito menos apontou soluções. Cavaco Silva foi Primeiro-Ministro e líder do PSD durante dez anos e é Presidente da República há cinco. É uma das caras mais marcantes da nossa classe política.

 

O atual Presidente da República foi aplaudido só pelas bancadas do PSD e CDS. A sintonia perfeita. Cavaco Silva é dos políticos mais conservadores no ativo. Nenhum eleitor pode dizer que tenha sido enganado e, mesmo assim, Cavaco tem margem para fazer qualquer coisa de útil que não se fique pelo alinhamento das suas simpatias partidárias.

 

Entretanto: Palavras… leva-as o vento!

 

Silvestre Félix


13
Jan 10

 

Quem será?
Cavaco Silva vai conseguir manter a tradição, e, tal como aconteceu com os seus antecessores depois do 25 de Abril, permanecer em Belém um segundo mandato?
Parece-me que, de todos, é o que tem menos garantias disso acontecer.
Continua a não haver dúvidas que o voto universal dos portugueses é à esquerda e, não fosse a ambiguidade do PS nas últimas presidenciais, teríamos hoje um Presidente da área da esquerda. Naquela altura, o líder do PS, estava convencido que se ia entender melhor com Cavaco do que com um Presidente de esquerda. Foi um tiro no pé e aprendeu da pior maneira.
Manuel Alegre já tem um discurso diferente do que tinha há 4 anos e Sócrates já se refere a ele, como seja, o seu candidato. Manuel Alegre também teve a sua parte de culpa por não ter havido, em 2006, um único candidato apoiado pelo PS. Eu acho que agora está mais perto da posição certa e tem condições para mobilizar o voto de toda a esquerda. Continua, no entanto, a haver um problema – A conquista do voto das franjas da direita do PS e dos soaristas.
Eu acredito que o tempo de Cavaco Silva em Belém está a chegar ao fim.
SBF
publicado por voltadoduche às 16:06

01
Dez 09

Todos os Presidentes da República da nossa democracia, à excepção do actual, estiveram presentes na merecida homenagem a Melo Antunes, organizada pela Associação 25 de Abril durante este fim de semana.
Todos já vamos estando habituados a que o actual PR não goste de pôr o cravo na lapela nas comemorações do 25 de Abril, que não goste destas mesmas comemorações, que, como aconteceu mais uma vez, nunca está presente em eventos organizados ou promovidos pela Associação 25 de Abril. Este PR, não esconde a aversão a tudo o que, duma maneira ou doutra, possa levar os portugueses a pensar que ele simpatiza com os protagonistas ou com a simbologia do 25 de Abril.
Lembro-me da sua acção impeditiva, quando era Primeiro-Ministro deste País, de Ernesto Melo Antunes poder ser o alto responsável pela UNESCO.
SBF

 

 


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