A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

18
Mar 13

 

Mesmo sob licença duma qualquer empresa americana, eram fabricados por operários, especialistas, projetistas e engenheiros portugueses na portuguesíssima “Sorefame” e, com ela, entraram pela liberdade.

 

Baloiçado pela cadência do comboio da linha de Sintra, as imagens correm na tela e todos estão ali, mesmo junto a mim. Dias e dias a fio, apoderamo-nos dos mesmos assentos e vemos o mesmo filme que já não foi visado pela comissão de censura.

 

A jogada perfeita, embora arriscada, é o destrunfo logo de princípio. O filho do ás de espadas já não quer ir para a Guerra. A cadência do comboio da linha de Sintra mede a distância do que está certo e do errado.

 

Nenhuma Guerra está certa!


Tantas vezes o comboio da linha de Sintra passou, baloiçou o pensamento, nos tempos que vinham embebedados em promessas que depois foram vãs. Todos os dias, em cada viagem para lá e para cá, a esperança e a confiança aconchegou-nos a alma e ensinou-nos a construir o futuro valorizando todas as oportunidades.

 

Nós estamos, no tempo de agora, de alma ferida, sem esperança e sem confiança.

 

Eles, não nos perguntam e destroem tudo o que lhes aparece à frente e, ainda por cima e sem vergonha, transformam a desgraça e o infortúnio do desemprego em “douradas” oportunidades.

 

Os comboios, no tempo de agora, se os houvesse novos na linha de Sintra ou noutras, seriam fabricados por estrangeiríssima empresa e, com ela, a liberdade já não conta para nada…

 

…de alma ferida e sem esperança.


Silvestre Félix


(Foto: 1º Ministro e protestos 18.03.2013 – DN)

publicado por voltadoduche às 16:20

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