Cada vez mais, Primeiro-Ministro, alguns ministros e o Presidente da República, estão sujeitos a serem vaiados nas deslocações que ainda fazem pelo País. Uma parte considerável dos portugueses tem razões de sobra para protestar com os políticos que nos governam. Comparando com o que, em circunstâncias idênticas acontece noutros países, nomeadamente aqui ao lado, em Espanha, até que os portugueses são bastantes brandos para quem não merece.
O que em cima está escrito, trás implícito que as vaias e protestos são a voz do povo sofrido, numa postura de revolta espontânea por estar na presença de alguém culpado de muitos sacrifícios. O certo será isto e, neste pressuposto, são sempre poucos os portugueses que se dispõem a enfrentar as comitivas oficiais que, inacreditavelmente, continuam a transportar-se em carros topo de gama como se fossemos todos otários.
No entanto, existem outros protagonistas que, com a sua atitude, dão trunfos de borla aos que aqui, digo, serem culpados. Nos grupos que fazem a “espera” empunhando cartazes e gritando palavras de ordem, encontramos algumas caras que se repetem em todo o lado. Seja no sul, no norte ou no centro. Andam de um lado para o outro conforme os visados se deslocam. Têm todo o direito de o fazer e as organizações a que pertencem cumprem o seu papel na nossa democracia. Contudo, acho eu, ver as mesmas caras em sítios muito diferentes, desvirtua a intenção e esvazia o conteúdo.
“Quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele!”
Silvestre Félix