A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

26
Jul 12

Cada vez mais, Primeiro-Ministro, alguns ministros e o Presidente da República, estão sujeitos a serem vaiados nas deslocações que ainda fazem pelo País. Uma parte considerável dos portugueses tem razões de sobra para protestar com os políticos que nos governam. Comparando com o que, em circunstâncias idênticas acontece noutros países, nomeadamente aqui ao lado, em Espanha, até que os portugueses são bastantes brandos para quem não merece.

 

O que em cima está escrito, trás implícito que as vaias e protestos são a voz do povo sofrido, numa postura de revolta espontânea por estar na presença de alguém culpado de muitos sacrifícios. O certo será isto e, neste pressuposto, são sempre poucos os portugueses que se dispõem a enfrentar as comitivas oficiais que, inacreditavelmente, continuam a transportar-se em carros topo de gama como se fossemos todos otários.

 

No entanto, existem outros protagonistas que, com a sua atitude, dão trunfos de borla aos que aqui, digo, serem culpados. Nos grupos que fazem a “espera” empunhando cartazes e gritando palavras de ordem, encontramos algumas caras que se repetem em todo o lado. Seja no sul, no norte ou no centro. Andam de um lado para o outro conforme os visados se deslocam. Têm todo o direito de o fazer e as organizações a que pertencem cumprem o seu papel na nossa democracia. Contudo, acho eu, ver as mesmas caras em sítios muito diferentes, desvirtua a intenção e esvazia o conteúdo.


“Quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele!”


Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 15:47
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20
Jul 12

Quando se fala de Nelson Mandela, como aconteceu esta semana a propósito das comemorações de mais um aniversário, damo-nos conta como o “mal” se sobrepõe ao “bem” nesta humanidade que teima em destruir-se.

 

O superior exemplo de Madiba não é suficiente para que as nossas sociedades mudem. Os que têm o poder de comandar o mundo podem, hipocritamente, homenagear Mandela mas, acabado o discurso, vão tratar de aumentar o seu pecúlio sem olhar a meios.

 

Muitos se afirmam escandalizados com as declarações do Bispo das Forças Armadas. Em vez de “ofendidos” assumidos, deviam saber ouvir e fazer um esforço para entenderem a indignação dos que, a toda a hora, são atingidos com a fria e negra austeridade.

 

Uma semana inteira é atravessada por inúmeras energias. Infelizmente a maior parte delas, negativas. Subida de temperatura e aí estão os fogos por todo o lado com o incondicional labor dos bombeiros. Sempre prontos para arriscarem tudo pelos outros e, principalmente pelo poder, todos os dias maltratados. Também esta semana, os bombeiros voluntários, foram alvo da reprovada e vergonhosa caça à multa. Com as chamas ainda bem vivas no Algarve, na Madeira e em tantos outros locais do País, os soldados da paz não desistem, mau grado as contrariedades.

 

Nesta sexta-feira, a 20 de Julho, ficará registado nos anais, o passamento do historiador José Hermano Saraiva. O Professor morreu esta manhã aos 92 anos depois de uma vida dedicada fundamentalmente à História de Portugal e sua divulgação. Participou no antigo poder da ditadura. Na altura do 25 de Abril era embaixador em Brasília e, aquando da crise Académica de 1969 em Coimbra, foi, pela negativa, um dos protagonistas. Era o Ministro da Educação do Governo de Marcelo Caetano e acompanhava Américo Tomás naquela célebre Assembleia na Universidade, quando o aluno Alberto Martins foi proibido de falar. Depois da revolução, integrou-se na vida democrática como tantos outros e foi através da televisão, divulgando a nossa história, que se tornou conhecido da generalidade dos portugueses.  

             

A cereja no topo do bolo é o tombo a meio desta tarde das bolsas e mercados com a divulgação do pedido de auxílio financeiro da província de Valência, a Madrid.

 

E a ventania continua…


Silvestre Félix


15
Jul 12

Os passantes não param! Andam, andam…quase correm para não chegarem atrasados ao trabalho, se for de manhã, ou ao comboio, se for ao final do dia. O bitoque do Califórnia fica para quem lá está e o digestivo do Brithis Bar fica para os que lá vão…e não são os passantes…na paralela o Tejo sempre acompanhava o andamento olhando para a doca da “Lisnave” que rivalizava em visibilidade com o Cristo Rei.


Observando e ouvindo aquelas passadas com ritmo certo e habituado ao terreno todos os dias pisado.

 

Tantos rostos cruzados, tantos olhares vistos e a escuridão permanece!

 

A Intersindical, acabada de nascer, ainda não era CGTP. Os bancários já andavam em luta e atenderam aos balcões de gravata preta. A pide que era DGS, ouvia, prendia e torturava e os militares continuavam a chegar ao cais de Alcântara e Rocha para um navio a abarrotar os levar até “às Áfricas”. Tudo acontecia lá sem se saber muito bem o quê. Por cá, todos os dias lá passavam à frente mas não sabiam nada do Brithis Bar nem do Califórnia, quanto mais das Guerras “nas Áfricas”.

 

Só algum tempo mais, contado p’raí em três ou quatro anos, os passantes viram os enormes caixotes de madeira descarregados e deixados no mesmo cais donde embarcavam os “magalas”. Viam os caixotes com nomes escritos em parangonas mas não imaginavam que, dentro de cada um deles, estava uma vida inteira.


Daquela Janela do Terceiro Andar, conseguia ver o tempo…


Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 17:39

09
Jul 12
Nestes dias de exames nacionais dos nossos alunos de ciclos intermédios e finais, só ouvimos falar da dificuldade de escolha de cursos com saída profissional. Esta crise não é só económica, também é de valores. A nossa preocupação é corresponder às exigências economicistas desta sociedade que nos vai criando todo o tipo de dependências.
O nosso ensino, a nossa escola, está cada vez mais formatada para criar “cabeças” que façam andar os negócios que o “capital” impõe. A formação superior com mais sucesso é a técnica. O licenciado pode ser inculto mas tem de ser um bom técnico.
A frequência da escola devia ser, em primeiro lugar, absorver cultura. Paralelamente adquiriria competências profissionais para completar uma formação académica consistente.
Os cursos ligados a tudo o que seja cultura estão fora de moda e desvalorizados. Nesta sociedade ultraliberal a cultura é dispensável, e só o facto de o “poder”, duma ou doutra maneira, ter de se confrontar com núcleos culturais que, com muitas dificuldades subsistem, deixam-no nervoso.
Os nossos alunos, os nossos filhos, estão condicionados de todas as formas. Precisam-se alternativas para travar esta tendência de criar “marrões” em vez de “estudiosos”, “burros” em vez de “inteligentes” e “ignorantes” em vez de “cultos”.
Pela cultura na formação académica dos nossos jovens!
Silvestre Félix
publicado por voltadoduche às 17:16

06
Jul 12

A primeira reação com a declaração de inconstitucionalidade do corte nos subsídios, foi de satisfação mas, ao ouvir as primeiras intervenções dos “inteligentes”, depressa se percebeu que a decisão do TC até vai servir de pretexto ao Governo para lançar mais medidas de austeridade.

 

Dado que o argumento da inconstitucionalidade incide no artigo 13º da Constituição, sobre a igualdade, abre caminho a que o Governo resolva o problema com a aplicação dos mesmos cortes (para igualar) aos trabalhadores dos privados, arrecadando, mais uns milhões, para compensar a derrapagem que existe na receita.

 

Entretanto, a nível europeu, o caminho para o abismo e para a desintegração, continua. Os juros a 10 anos da Espanha voltaram a ultrapassar os 7% e as bolsas fecharam em fortes quedas.

 

As “votações” no Conselho da semana passada já perderam o efeito. Com as posteriores declarações e posições dos conselheiros regressados aos seus países, tudo voltou à treta do costume – nada de solidariedade, cada um “pixa” para si e os que têm euros, continuam a guardá-los debaixo do colchão.


Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 17:10
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04
Jul 12

Esta escandaleira de quererem pagar € 3,96 à hora a enfermeiros contratados para o Serviço Nacional de Saúde através de empresas intermediárias de trabalho temporário, destapa o miserável estado a que “os que têm estado no poder”, estão a deixar o nosso País.

 

E “os inteligentes”, quando questionados, têm a lata de dizer que são as regras do “concurso público”. Que é pelo preço mais baixo para defender o contribuinte, que se não for assim o Tribunal de Contas cai em cima…blá…blá…blá!

 

O “Zé Povinho” está farto que “os inteligentes” lhe atirem areia para os olhos!


O Serviço Nacional de Saúde precisa de médicos, enfermeiros, auxiliares, etc., etc., só tem que abrir os respetivos concursos e fazer as admissões diretamente pagando vencimentos normais. Não tem que recorrer, nem que a troika queira, a intermediários.

 

Estes “inteligentes” querem justificar tudo em nome dos deficit’s, dos cortes e doutras coisas parecidas, olhando e assobiando para o lado para não se lembrarem que estão a tratar com PESSOAS.

 

 O “Zé Povinho” qualquer dia tira os “adesivos” da boca e volta a fazer o “manguito”…


Silvestre Félix


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