A “Dama de Rangum” foi ontem eleita deputada.
A esperança regressou à Birmânia. Aung San Suu Kyi, filha de um general herói da independência assassinado em 1947, depois de praticamente 20 anos em prisão domiciliária, resistiu a todos os desmandos e ratoeiras praticadas pelos militares no poder e foi determinante para que o regime tivesse abrandado a pressão, cedendo um pouco e permitindo a realização de eleições com a sua participação.
Permanece a dúvida no Ocidente, se esta abertura faz parte duma estratégica da Junta Militar só para aliviar as sanções ou se correspondem a uma intenção real de caminhar para um sistema verdadeiramente democrático.
Para já, a Prémio Nobel 1991, festeja a vitória e os birmaneses acreditam num futuro auspicioso. Suu Kyi tem hoje 66 anos mas está com alguns problemas de saúde. O seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (LND) precisa da “Dama de Rangum” para mobilizar o povo sofrido da Birmânia.
Silvestre Félix