O Tribunal de Contas é das instituições mais respeitáveis deste País e os seus acórdãos deviam ser sempre considerados à letra, mas que diabo, neste caso decorreram dois anos desde o pedido do respetivo “visto prévio”. Para os dias que correm é tempo demais.
O anúncio do abandono do projeto TGV Caia-Poceirão foi feito em grandes parangonas como se de uma grande vitória nacional se tratasse. Era o “enterramento” duma bandeira do último Governo e isso já bastava para o regozijo.
Mas bem me parece que “a montanha pariu um rato”. Soube-se há minutos que o Comissário dos Transportes afirmou hoje em Bruxelas, após reunião em que participou o Ministro Álvaro Santos Pereira, que a Comissão chegou a um entendimento com o Governo de Portugal para avançar com a ligação ferroviária, mas mais lenta. A velocidade, ainda assim, alta, será de 200-250 Kms/h. Será assim, um “TGV-MENOS“.
Não dava para perceber como se deitavam à rua os fundos já disponibilizados pela UE e como se deixava o “comboio da Europa”, na fronteira. Haveria sempre qualquer coisa a fazer e, neste caso, o ganho com a menor velocidade é a grande redução de custos de funcionamento, designadamente em energia, mantendo intactas as vantagens da ligação a Espanha e à Europa.
Em conclusão; Vai haver comboio de velocidade alta (em vez de 350 será de 250 Kms/h), bitola europeia para passageiros e carga, entre Caia, Sines e Poceirão e logo, até Lisboa, correspondendo aos interesses da Europa, de Espanha e de Portugal.
O resto é circo político e não interessa para nada.
Silvestre Félix