A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

13
Fev 12

Pela janela daquele terceiro andar, ouvia o barulho da cidade, da maré a subir o Tejo e inalava o agradável e fresco odor da Ribeira.

 

Com os cotovelos no parapeito daquela janela do terceiro andar acompanhava o movimento solar e o lançamento de âncora, bem no meio do mar da palha, do grande petroleiro na fila da doca seca.

 

Daquele andar, terceiro se contado pela do Alecrim e tão alto que a minha janela dava para as águas furtadas do da frente, cheirava a sardinhas que já assavam no carvoeiro da esquina da das Flores com a de S. Paulo.

 

Naquela janela ficava, observava, sentia e adivinhava quem se transportava nos amarelos, nos verdes de dois pisos, nos táxis e nos carros pretos do estado.

 

Da janela do terceiro andar podia contar as peças de roupa que secavam nos estendais e beirais nos telhados dos outros prédios.

 

Eu sei que foi daquela janela que quis ver o mundo. Corri, fui ver e o tempo também correu.

 

Correu e não dei por isso!

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 23:44

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