Acabei de ler, há alguns dias, o último romance desta agradável obra (três em um), 1621 publicado em Maio de 2009. Para trás já tinham ficado 1613 de 2005 e 1617 de 2007.
Os amores e as aventuras começam nas rotas marítimas e praças estabelecidas pelos navegadores portugueses durante todo o século XVI no oceano Índico. Desde o rendilhado de ilhas do arquipélago indonésio com fortalezas construídas em Flores, Solor e na nossa bem conhecida Timor, passando pela grande Java, feitoria de Malaca até chegar a G
oa na costa do malabar. Até aqui tratam os dois primeiros romances com abordagem objetiva à subordinação espanhola por parte dos portugueses desde o desastre de Alcácer Quibir em 1580. O correr dos acontecimentos romanceados demonstram o declínio lusitano, dando lugar a um protagonismo cada vez mais evidente de Holandeses, Ingleses e Espanhóis.
O Último romance, 1621, faz o caminho de regresso à Europa, partindo de Goa por mar e aportando à costa ocidental de Marrocos. Aqui, o autor introduz novos protagonistas e, enriquecendo a estadia dos principais em terras africanas com várias e gostosas aventuras. A passagem para a Europa vem acompanhada de muitas referências cabalísticas dado o envolvimento na trama duma perseguição sem tréguas da odiosa “santa inquisição”.
Independentemente do interesse da narrativa romanceada, este trabalho de Pedro Vasconcelos também é muito útil para quem queira saber um pouco mais da história do antigo Império português do Oriente e da desastrada, criminosa, injusta e inoportuna expulsão de Judeus de todas as terras administradas pelos portugueses.
Pedro Vasconcelos nasceu em Lisboa em 1961. As edições são da “Oficina do Livro”.
Silvestre Félix