A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

31
Ago 11

Não consigo ouvir 10 minutos seguidos o Ministro das Finanças.

 

Dá-me sono!

 

Como perdi partes da apresentação do “documento de estratégia orçamental”, e como a curiosidade era muita no que respeita ao corte na despesa da administração pública, corri para a net e concluí que, afinal, nada de novo.

 

Tinha razão quando adormeci.

 

Para além de congelamento de salários, redução de pessoal, redução das prestações sociais e redução de consumo intermédio (?), no que respeita a despesa ficamos por aqui.

 

Quem é que tinha preparado, para pôr imediatamente em prática, um pacote de reduções, extinções e fusões de organismos públicos e também a revisão e denúncia de uma “mão-cheia” de PPP (parcerias público-privadas)?  

 

Também ficamos a saber que a tão propagandeada redução da TSU está a ser complicada. Quem foi que usou, na campanha eleitoral, a implementação desta medida como meio de fazer crescer a economia?

 

Quem é que disse ir apresentar publicamente até final de Agosto todos os pormenores de cortes na despesa da administração pública?

 

E o Primeiro-Ministro?

 

Já está no ativo, não está?

 

Todos queremos acreditar que não nos querem pôr a dormir de propósito!

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 17:20

30
Ago 11

Donde nos terá ficado o gostinho das histórias de espiões e coisas parecidas? Herdamos isto de quem?

 

Ou não será hereditário?

 

O que é certo e não há forma de se desmentir é que, todos os anos, temos a nossa novela de escutas telefónicas, ouvidos disfarçados atrás dos cortinados, noites mal dormidas debaixo da cama para ouvir o que se passa por cima, disfarces com cabelos e barbas postiças e ouvidos bem apurados, tudo o que possa servir para uma espionagem eficaz.

 

Mesmo que o trabalhinho seja bem feito, há sempre “uma comadre” que se zanga e, por via disso, dá com a língua nos dentes.

 

Aí, grandes parangonas nos jornais e, no mesmo dia, faz-se fila interminável de “inteligentes” e “honestos” (palavras prestes a desaparecer dos nossos dicionários, porque já não têm explicação) que batem incessantemente com a mão direita no peito jurando pura inocência de qualquer “pecadito” que alguém venha a inventar.

 

O Zé – de manguito feito como manda o figurino – olha para estas “figuras” com o desprezo que merecem.

 

O pior, é que o “desprezo” não paga contas nem compra pão e vamos levando “com eles” cada vez que ligamos a televisão, ligamos o rádio ou olhamos para as primeiras páginas dos jornais.

 

Que sina!

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 22:21
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29
Ago 11

Dos “anéis” que estamos vendedores, quase todos estratégicos para mantermos alguma soberania económica, o das “Águas de Portugal” é o que mais me custa engolir.

 

Qualquer uma das empresas em questão, pode, dum momento para o outro, deixar de ser nacional com a consequente mudança do centro de decisão para um outro local no mundo. Na maior parte dos casos, em qualquer altura, outro capital português, pode iniciar a construção de organização similar à TAP, à PT, EDP, etc., etc., ou seja, a concorrência pode funcionar. O mesmo não pode acontecer em relação às “Águas de Portugal”. O objeto de exploração – a ÁGUA, está fisicamente no território nacional.

 

A água é um bem essencial à vida que, a não ser invertida a tendência, vai diminuir em quantidade disponível nas próximas décadas. É irresponsável e condenável que a “nossa ÁGUA faça parte da negociata com a Troika.

 

Sem que seja necessário pôr em causa o acordo, a privatização das “Águas de Portugal” deve ser travada e anulada. Não será com o remanescente desta venda que vamos salvar o País. Os portugueses de brandos costumes, devem defender a “nossa ÁGUA” usando todas as formas ao nosso alcance como já aconteceu noutros países onde a mesma questão esteve em debate.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 16:17

28
Ago 11

Anna Hazare, que a nós parece nome de mulher, é o mais recente “Herói-Homem” da maior democracia do mundo.

 

Este ativista social indiano, de 74 anos, terminou ontem uma greve de fome que durou 12 dias. Com o seu protesto conquistou a opinião pública do País a favor da aprovação, por parte do Governo, duma Lei anti-corrupção que inclua o cargo de um provedor por cada Estado. Este provedor, não só estará à disposição da população como fiscalizará a aplicação da Lei. O Governo estava contra esta proposta mas, perante a ação de Anna Hazare e o apoio popular que teve, foi obrigado a ceder. Com esse compromisso do Governo, Hazare pôs fim à greve de fome e foi aclamado pela população como Herói.

 

É uma lição de Democracia e muitos se lembraram do grande Mahatma Gandhi, fundador da moderna Índia, que chegou a usar a mesma arma – a greve de fome, perante o poder imperial Britânico.

 

Estamos num tempo em que o povo, munido da razão, tem conseguido “milagres”. É bom que os poderes instituídos tenham em conta esta realidade quando se esquecem da sua nobre missão – governar em nome do povo.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 22:35

27
Ago 11

Cavaco Silva disse estar surpreendido com as propostas de criar um imposto para os mais ricos e que, em vez disso, se devia recuperar o imposto sobre heranças e doações.

 

O Presidente da República continua a estar melhor calado do que a falar.

 

Diz ele que quem herda não contribuiu para a herança. Como é que pode afirmar isto por regra e duma forma tão linear?

 

Não seria o imposto das fortunas, em si, que resolveria o problema do País mas, que o capital devia ser mais tributado, considerando o nível de sacrifício às costas do português comum, ninguém já tem dúvidas.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 20:00

26
Ago 11

As edições online desta tarde anunciam périplo (ou ronda) de Passos Coelho pela Europa durante a próxima semana. Pelo jeito do título, calcula-se uma ida a vários países em missão bilateral complementada, como é normal, com a vertente comunitária.

 

Continuamos a ler a notícia e percebemos então que o nosso Primeiro-Ministro, à exceção da nossa vizinha Espanha, a tal ronda ou périplo se resume a uma visitinha a Angela Merkel e a Nicolas Sarkozy, titulares do diretório europeu e seus parceiros no PPE.

 

Já agora, e porque estamos em tempos de austeridade e os dois do “eixo” estão sempre juntos, o nosso Primeiro poderia ter feito coincidir a “tal ronda” num desses momentos e assim poupava uma deslocação.

 

A ironia, neste caso, não é penalizante para Pedro Passos Coelho porque, bem faz ele. «Para que há de falar com os “santos” se pode ir diretamente aos “deuses”?» Acho que faz muito bem mas, os outros dois, é que se portam muito mal.

 

Ainda esta semana, o antigo Chanceler da Alemanha Helmut Kohl, voltou a criticar a política de Angela Merkel para a moeda única e Europa.

 

Esta senhora, na maior parte das vezes acompanhada pelo seu inseparável Sarkozy, está a cavar a sepultura daquela Europa solidária que Helmut Kohl queria.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 17:45

25
Ago 11

Mais uma “Golden Share” eliminada.

 

O Estado português deixou de ter qualquer poder na EDP. Este setor estratégico nacional está agora à mercê do desregulado poder do dinheiro.

 

Os alemães e franceses estão à espreita e podem muito bem vir por aí abaixo à “babuja” da privatização que eles próprios, na sua pele de diretório, criaram.

 

Oxalá os brasileiros da “Eletrobras” se antecipem e dêem sentido à “economia da Lusofonia”. Tem tudo a ver, até porque a EDP tem grande implantação no Brasil.

 

E assim se estão a ir os anéis…vamos ver até quando conseguimos aguentar os dedos…

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 16:55

24
Ago 11

 Baptista-Bastos, conhecido também por “BB” ou por “Onde é que estavas no 25 de Abril?”, na sua crónica no Diário de Notícias de hoje, pergunta “onde é que está António José Seguro?”.

 

De facto, que é feito do PS e do seu líder?

 

Na verdade não foi só ele que desapareceu, este “lindo mês de Agosto”, mesmo cinzento, levou muitos políticos para “fora de portas”. Portas aqui não tem nada a ver com o Ministro, quero dizer mesmo portas de entrar e sair.

 

No que respeita ao PS, deve considerar-se a “véspera” do Congresso que, feita a escolha do Secretário-Geral em diretas, muito pouco deve ter para dar mas, tem importância suficiente para deixar o partido meio parado. O debate interno vai ser fundamental para o PS conseguir encontrar o caminho certo para se afirmar opositor do Governo e, ao mesmo tempo, não contestar o acordo com a Troika que, antes, negociou e assinou.

 

Precisamos de um PS forte e determinado para que o País possa ultrapassar os obstáculos que ainda aí vêm, mesmo que seja com o atual Governo. Quanto mais assertiva for a sua oposição, mais eficaz será a ação governamental. Um bom trabalho do Partido Socialista tenderá a refrear a tentação neoliberal de alguns setores agora em São Bento. É bom para os portugueses que se procure o equilíbrio e a concertação.  

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 21:53
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23
Ago 11

Valter Hugo Mãe publicou o seu primeiro romance em 2004 e, dois anos depois, com (sem maiúsculas, como ele escreve) “o remorso de Baltazar serapião”, ganhou o Prémio José Saramago. O que acabei agora de ler e que foi a minha estreia na obra do autor é de “chorar por mais” que, aliás, o vou fazer quando o orçamento o permitir.

 

“o apocalipse dos trabalhadores” percorre as vidas e os sentimentos de duas mulheres-a-dias e acompanha o drama dos imigrantes do Leste. Cruza estas duas vertentes do mundo laboral mais sofrido e associa-lhe as carências afetivas que tantas vezes ignoramos porque pouco olhamos com olhos de ver.

 

A ação do romance decorre em Bragança e, também aí, Valter Hugo opta por não dar protagonismo às grandes cidades ao mesmo tempo que destaca a região mais afastada do litoral urbano.  

  

Escreve os romances só com minúsculas e não utiliza outros sinais de pontuação que não sejam vírgulas e pontos.

 

Valter Hugo Mãe, nasceu em Angola no ano de 1971, é licenciado em direito e vive em Vila do Conde. É vocalista do grupo “Governo” e também se dedica às artes plásticas. Tem uma crónica no Jornal de Letras.

 

A 1ª edição foi em 2008 e esta, que é a 4ª, é da Objectiva em Março de 2011.

 

(Gravura: Capa do livro digitalizada)

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 17:34

22
Ago 11

O mundo está em mudança e rapidamente.

 

O coronel da Líbia, que ainda há menos de um ano se pavoneava por todo o lado onde fosse com as não sei quantas esposas e amazonas, armando a tenda nas praças mais emblemáticas em casa País visitado, está a esta hora nas “lonas”, se é que ainda tem “lonas”.

 

A outros já aconteceu o mesmo e ainda mais virão com idêntico “fado”. O povo pode descansar mas não dorme sempre. E, neste caso, tem mau acordar e não perdoa.

 

Tudo isto se passa tão perto da desenvolvida (?) Europa onde os ultraliberais no poder não vêem mais nada a não ser cifrões a “curto prazo”.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 22:29
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