São os analistas que o afirmam, o PSD, com este programa de governo apresentado ontem, ultrapassa o CDS pela direita. Parece não restar dúvidas que Pedro Passos Coelho opta mesmo por uma política claramente liberal.
Neste sentido, e no que respeita à diminuição da intervenção do Estado nas vertentes; social, saúde e educação, é uma rotura com a tradição da democracia portuguesa transversal a todos os partidos. É legítimo para qualquer partido e também para o PSD propor mudanças mais profundas ao seu eleitorado. Para escolher é que existem eleições. Se os portugueses votarem maioritariamente PSD estão a avalisar as suas propostas e compete-lhes governarem a legislatura em conformidade.
A proposta de redução da Taxa Social Única (TSU), desejável em qualquer tempo, pode vir a alterar o equilíbrio da S. Social. Não me parece ser intenção compensar a quebra de receita com taxas cobradas através de outros impostos, por exemplo, no IVA.
Ao mesmo tempo que é feita a apresentação deste programa, o líder do PSD afirma (mais ou menos):
«Precisa duma maioria clara (absoluta) porque não quer governar com “paus-de-cabeleira”».
Vamos ver se não vai ter que pedir “batatinhas” a algum “pau-de-cabeleira».
Não só, roça o insulto como dificulta eventual necessidade de diálogo depois de 5 de Junho.
Hoje, às 10h45m da manhã, Catroga diz que concorda com o aumento do IVA da “cereja”.
Ao princípio da tarde, diz que, afinal, concorda com aumento do IVA mas é do vinho.
A continuarem com este tipo de “gafes” a “conta-gotas”, descredibilizam as suas intenções.
Cada vez se torna mais difícil que o fecho das urnas no final do próximo dia 5 de Junho resulte numa maioria confortável e credível.
Silvestre Félix