As “catedrais” de consumo deste tempo entraram no nosso quotidiano em definitivo e, todos, por milhentas razões, lá vamos.
Os portugueses aderiram para o bem e para o mal e não vale a pena arranjarmos razões e desculpas para contrariar esta preferência coletiva.
Para a qualidade da nossa sociedade, estas grandes concentrações de “pontos de venda” de todo o tipo de produtos (essenciais ou não) que hoje consumimos, lado a lado com “pontos de diversão e lazer”, têm defeitos e virtudes como tudo na vida.
Os discordantes da existência destes grandes centros comerciais terão os seus motivos, alguns bastante aceitáveis mas, os tempos mudaram e todos temos de nos adaptar. Por outro lado, os inflexíveis apoiantes, também devem dar espaço à possibilidade de manutenção de algumas unidades de comércio tradicional e local. É tudo uma questão de concorrência, e já está provado que a coexistência é possível e, em muitos casos, desejável. Não são poucos os exemplos de unidades de rua com sucesso, graças à proximidade dum shopping.
Importa também referir como toda esta temática tem realidades diferentes, estando nós a considerar as grandes cidades e, duma forma geral zonas com grande densidade populacional. Nas regiões rurais ou de pouca habitação, as coisas são completamente diferentes e nada do que acima disse, tem sentido.
Em qualquer dos casos, não me sinto nada confortável entrar numa “catedral” destas a abarrotar de gente. É como chegar a uma praia e ter de andar à procura duma nesga de areia para estender a toalha.
Como estou neste mundo e faço parte desta sociedade, frequento o “shopping” e o “fórum” como toda a gente.
Silvestre Félix