A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

09
Fev 11

Ao princípio da noite desta Terça-Feira, o principal partido da oposição chamou a comunicação social à sua sede, para ouvir o seu Secretário-Geral ler um comunicado em nome da comissão política, completamente desproporcionado nas supostas razões, descabido e vazio de conteúdo, em jeito de compensação da utilização do tempo de antena que o Governo tinha tido ao longo do dia, com a realização do Congresso das Exportações em Santa Maria da Feira.

 

O PSD, com as legítimas aspirações que tem a formar o próximo Governo, não pode agir da forma como o fez hoje. O Congresso das Exportações pode ter tido a sua (habitual) dose de propaganda governamental mas, ninguém pode ignorar, que foi um encontro importante do mundo empresarial português.

 

O sentido de Estado não pode ser mera retórica. O PSD, mesmo na oposição, para merecer a confiança da maioria dos portugueses, tem de ser melhor que o PS. Tomando este tipo de atitudes não vai lá e, pior do que isso, lança mais descrença na população. O desespero de muita gente, é estar descontente com o Governo e não acreditar nas alternativas existentes.

 

Será que o PSD quer enfiar a carapuça?

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 01:14

08
Fev 11

Do outro lado do Atlântico, da querida cidade do Rio de Janeiro, vem um exemplo maior de solidariedade.

 

Após a destruição, pelas chamas de um implacável incêndio, das instalações e do recheio de três das principais “Escolas de Samba” que dão corpo ao maior e mais admirado espetáculo no mundo, o Carnaval do Rio, gerou-se, de imediato, uma onda solidária das restantes “Escolas”, que, poucas horas depois da desgraça, se reuniram e assumiram a responsabilidade coletiva de recuperarem, nestes 29 dias que faltam para o desfile, a representação com dignidade das “adversárias” atingidas pelo desastre.

 

O exemplo retrata bem o saudável espírito competitivo do desfile das Escolas de Samba, em cada Carnaval, na cidade maravilhosa. Os Cariocas podem não se dar conta, mas eles são únicos e, para quem ainda tinha dúvidas, aí está a prova.

 

Silvestre Félix


07
Fev 11

A corrida lenta e certa desde o alto do frasco até às entranhas marca a cadência das aproximações entre a vida, a dor ou a anestesia. O recobro é o início duma caminhada sempre longa e muitas vezes penosa, de tanto exigente.

 

A batida do monitor insistente e motivador da aproximação do cuidador, atravessa o sono de embriaguez química e cansada. Precisa de alguma coisa? As palavras soam como badaladas de sinos de altas igrejas que inundam campos tão coloridos, como bonitas telas pintadas de propósito.

 

O fio mais cumprido é a campainha. Se precisar de alguma coisa é só carregar!

 

Se fosse silêncio de noite, não se ouvia o terrim…terrim… das campainhas e do telefone. Os sonhos atravessam a noite sem limite. Os gemidos e os chamamentos e os “precisa de alguma coisa?” também entram nos sonhos…sonhos com velocidade e sem reduções.

 

Pela frincha da janela entra finalmente a claridade da manhã e eu sonhei e eu acordei!

 

Silvestre Félix


06
Fev 11

Na passada 5ª Feira, na Quadratura do Círculo, ouvi a Dra Manuela Ferreira Leite dizer que a questão do número de Deputados é um “bluf” e só foi lançada para desviar os portugueses do que é essencial.

 

Um dos títulos do Sol Online faz saber, que o Secretário-Geral do Partido Comunista Português afirmou que a polémica com Deputados é “tentativa de desviar as atenções”.

 

Digo eu, até parece que são escassos os problemas, assuntos e matérias, para, vai-não-vai, vir um político, deputado ou não, falar daquilo que Jorge Lacão pensa.

 

É defeito ou feitio?

 

Ou vício?

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 20:42

05
Fev 11

Assim, como tem estado, não vale a pena e tem o fim anunciado.

 

O Conselho desta semana decorreu, mais uma vez, sob a pressão Franco-Alemã. No entanto, agora, parece-me que alguma coisa mudou naquelas mentes impositivas de Merkel e Sarkosy.

 

Muito embora o meio e forma de levar a “deles avante” não seja a mais correta, as ideias de maior integração política e maior coordenação económica, incluindo a institucionalização da tendência duma desejável harmonização fiscal, como contrapartida para o necessário aumento de fundos do “Fundo de Estabilidade do Euro”, são positivas. Não se compreende, por exemplo, que haja Países da UE onde as reformas se vencem por inteiro aos 67 anos, e outros aos 60 ou 62 anos. Da mesma forma não pode ser pacífico que a haja Países com IRC a 12 ou 15% e outros a 25 ou 30%. Como se pode desejar atingir a igualdade de benefícios e deveres em toda a Europa, antes de se corrigirem todas as premissas divergentes?

 

Se isto é o “Pacto de Competitividade e Convergência” que os dois propõem, estou de acordo.

 

Uma outra medida, mais ou menos anunciada, é a realização de cimeiras autónomas dos 17 membros do Euro. A primeira será já em Março, antes do previsto próximo Conselho. Não tem lógica nem é saudável, que Países fora do Euro tenham tantas palavras a dizer sobre a moeda, como os outros que estão lá dentro. Para já, parece-me fazer cada vez menos sentido, haver membros da UE não aderentes à moeda única. Não me espanta que o “diretório” venha, a curto prazo, a impor aos membros que têm outras moedas, com destaque para a Inglaterra, que formulem a intenção de adesão e que acertem a respetiva calendarização.

 

Pelo que fui lendo e ouvindo desde ontem sobre o assunto, há mais de dois anos que, na UE, não se trabalhava com tanta objetividade.

 

Penso que o Governo português esteve bem, avaliando, obviamente, as declarações feitas.

 

Relativamente ao futuro da União Europeia, estou um bocadinho menos pessimista!

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 19:48

04
Fev 11

Com o assalto à prisão de S. Paulo em Luanda, durante a madrugada de 4 de Fevereiro de 1961 – fez nesta Sexta-feira 50 anos – e a consequente libertação de presos políticos ali detidos pelo regime colonial, tem, para todos os efeitos, início, a Guerra Colonial. A ação foi reivindicada pelo MPLA e resulta na morte de alguns polícias e do corpo assaltante.

 

Salazar, ainda mal refeito com o desvio do paquete Santa Maria, perpetrado pelo Capitão Henrique Galvão e com grande impacto em Portugal e no estrangeiro, preferiu continuar a assobiar para o lado e, na onda do “orgulhosamente só”, ignora todos os avisos, ignora a história e a comunidade internacional, decidindo lançar as forças vivas do País numa Guerra fratricida, dada a afinidade irmanada de tantos séculos de convívio com as populações africanas. Guerra injusta para os africanos e para os portugueses mas, para Salazar, a permanência no poder e em ditadura, era mais importante do que os valores progressistas e humanistas.

 

A pressão contra o regime de ditadura e colonial português aumenta, com o Conselho de Segurança das Nações Unidas a aprovar moções contra Portugal e, a 15 de Março do mesmo ano de 1961, um grupo de guerrilheiros da UPA de Holden Roberto, começa a atacar fazendas e postos administrativos no norte de Angola. Definitivamente, instalava-se a Guerra. O regime colonial continuava a não dar mostras de querer negociar com os Movimentos de Libertação. Refira-se que, nesta fase, Portugal mantinha-se como último País europeu com colónias em África. Todos os outros: Inglaterra, França, Alemanha e Bélgica, após o fim da Segunda Guerra Mundial, começaram a negociar as independências das suas colónias e, em 1961, (exceção para a Argélia, com outros contornos e em Guerra com a França, só seria independente em 1962) já eram novos Países ou estavam em vias disso.

 

Salazar, depois de se livrar dos opositores em Portugal, com a PIDE mais ativa do que nunca e a desmantelar o golpe do “reformista” de regime, Botelho Moniz, continua a não perceber a história e, no famoso discurso à Nação em Abril de 1961, no que respeita à Guerra Colonial, só tem uma coisa para dizer: «Para Angola, rapidamente e em força».

 

Resultado instantâneo desta ordem do ditador: Regimentos completos de militares são mobilizados para combater os Movimentos de Libertação em Angola e, nos anos seguintes, na Guiné e Cabo Verde, Moçambique e em Timor. Estava em marcha a maior “negação” da história, de que há memória.

 

4 de Fevereiro de 1961 é marcante para os angolanos, para os PALOP’s e para todo o continente africano, mas também para os portugueses.

 

Foi o início do virar da página colonial. Foi o começo do fim da ditadura em Portugal.

 

Na coluna do crédito, fica a haver um preço muito alto pago por todos os povos que sofreram pelos erros dos nossos governantes.

 

Silvestre Félix


03
Fev 11

1 – O Ministro dos Assuntos Parlamentares arranjou lenha para se queimar. Manifestou a sua simpatia pela redução do número de Deputados na Assembleia da República e os seus correligionários caíram-lhe todos em cima. Pois claro, menos “jobs for the boys”!

 

2 – Com a eficácia e credibilidade que a Justiça (não) tem neste País, será que o Ministério Público consegue pôr na ordem a Federação Portuguesa de Futebol? Como é que menos de 30% de representação na Assembleia, com a Associação de Futebol do Porto à frente, conseguem perpetuar tamanha ilegalidade?

 

3 – Fazendo jus à fama junto dos cidadãos, de tudo o que é, ou tem a ver com Justiça, o Ministério Público tratou de acusar o queixoso Ricardo Sá Fernandes por ter cumprido o seu dever cívico de denúncia de ato ilícito.

 

Silvestre Félix


02
Fev 11

“Na estalagem de mobiliário branco, cortado, aqui e ali, pelo tom prata da moda”, a vida corre com sofrimento mas também com devoção e esperança.

 

O toque cadenciado dos monitores, um atrás do outro, embalam o sono engajado na dor e nas idas aos patamares alucinados. As imagens constantes, bem arrumadinhas em quadradinhos bem nítidos, com falas sugestionando o bem ou o mal. Quando bem, acende a ansiedade para entender duma forma racional, que mensagens os quadradinhos me transmitem. Quando mal, provocam um misto de raiva e medo e é manifesta a impotência para os retirar da zona abrangente do meu alucinogénico sono.

 

“Na estalagem de mobiliário branco, cortado, aqui e ali, pelo tom prata da moda”, os anjos não dormem. São eles ou elas, não importa, porque anjos não têm sexo, só têm bata branca. Não descansam e estão sempre cuidadores junto à cama. O gemido, o grito, o pedido, a negação. Os anjos não precisam de manual, sabem de cor os significados e nunca dormem. Religiosidade à parte, abençoados os anjos de bata branca que sempre lá estiveram.

 

No “modo” de observador, em fase mais consciente e pela experiência das várias estadias “na estalagem de mobiliário branco, cortado, aqui e ali, pelo tom prata da moda” a capacidade de interpretação do que vai acontecendo à minha volta, aumenta desmedidamente, e enfraquece a sensação de debilidade. Estou forte! E, na outra cama, o sofrimento é agudo. “Calma, é assim mesmo. Tem de acreditar e ter coragem” – Consigo passar a ideia mas duvido do efeito. A perturbação, o medo, o terror, não tem limite. Diz ele: “Não, não quero! Vão pôr no soro e eu fico a dormir e depois cortam-me… Não, não deixo, não quero!” A expressão facial e corporal não disfarça o pânico. As de bata branca, com aconchego carinhoso e palavras macias de psicologia simples de anjo sem sexo, controlam o desarranjo mental.

 

“Na estalagem de mobiliário branco, cortado, aqui e ali, pelo tom prata da moda”, perto da minha casa, moram anjos de bata branca sem sexo.

 

Silvestre Félix


01
Fev 11

Dizer assim, a seco, sem espinhas, que as “empresas do setor empresarial do Estado que dêem prejuízo, devem ser extintas”, é mau demais para terem sido ditas pelo líder do maior partido da oposição.

 

Penso não existir ninguém neste País, que discorde da necessidade urgente de implementar uma grande reforma do Estado e particularmente deste setor. Isso é uma coisa, agora, manifestar o desejo de cortar a direito sem entrar em linha de conta com a especificidade de cada empresa, não fica bem a PPC nem a ninguém.

 

As empresas a que nas entrelinhas se referia eram as dos transportes. Bom, admitindo que existirá má gestão nalguma e que é indiscutível a vantagem da privatização de outras, todas as decisões têm de passar pela abrangência do todo nacional.

 

Para garantir o equilíbrio do território nacional, ou pelo menos, para evitar que a inclinação discriminatória aumente, é aconselhado bom senso e sentido de estado.

 

Existem obrigações de que o Estado não pode abdicar, esteja no poder um governo de esquerda do centro ou de direita.

 

Portanto, Dr. Passos Coelho, não lhe fuja o discurso para o demasiado simples, porque pode vir a ser chamado a lugares de mais responsabilidade, e depois, como fica?

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 01:00

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