Assim, como tem estado, não vale a pena e tem o fim anunciado.
O Conselho desta semana decorreu, mais uma vez, sob a pressão Franco-Alemã. No entanto, agora, parece-me que alguma coisa mudou naquelas mentes impositivas de Merkel e Sarkosy.
Muito embora o meio e forma de levar a “deles avante” não seja a mais correta, as ideias de maior integração política e maior coordenação económica, incluindo a institucionalização da tendência duma desejável harmonização fiscal, como contrapartida para o necessário aumento de fundos do “Fundo de Estabilidade do Euro”, são positivas. Não se compreende, por exemplo, que haja Países da UE onde as reformas se vencem por inteiro aos 67 anos, e outros aos 60 ou 62 anos. Da mesma forma não pode ser pacífico que a haja Países com IRC a 12 ou 15% e outros a 25 ou 30%. Como se pode desejar atingir a igualdade de benefícios e deveres em toda a Europa, antes de se corrigirem todas as premissas divergentes?
Se isto é o “Pacto de Competitividade e Convergência” que os dois propõem, estou de acordo.
Uma outra medida, mais ou menos anunciada, é a realização de cimeiras autónomas dos 17 membros do Euro. A primeira será já em Março, antes do previsto próximo Conselho. Não tem lógica nem é saudável, que Países fora do Euro tenham tantas palavras a dizer sobre a moeda, como os outros que estão lá dentro. Para já, parece-me fazer cada vez menos sentido, haver membros da UE não aderentes à moeda única. Não me espanta que o “diretório” venha, a curto prazo, a impor aos membros que têm outras moedas, com destaque para a Inglaterra, que formulem a intenção de adesão e que acertem a respetiva calendarização.
Pelo que fui lendo e ouvindo desde ontem sobre o assunto, há mais de dois anos que, na UE, não se trabalhava com tanta objetividade.
Penso que o Governo português esteve bem, avaliando, obviamente, as declarações feitas.
Relativamente ao futuro da União Europeia, estou um bocadinho menos pessimista!
Silvestre Félix