Respondendo à única pergunta, que os repórteres que acompanham a comitiva governamental ao Qatar e aos Emiratos, sabem fazer – se o governo vem vender dívida? Luís Amado, Ministro dos Negócios Estrangeiros, respondeu entre outras coisas:
"Acredito que os ministros das Finanças tenham falado sobre isso".
Foi isto que disse, não afirma nem confirma nada. Admite que se possa ter falado mas também pode ter acontecido o contrário.
Pois bem, as parangonas online e nas tv’s já dizem outra coisa completamente diferente, por exemplo:
- Luís Amado desmente Sócrates dizendo que Portugal veio vender dívida,
- Luís Amado diz que Portugal está a tentar vender dívida no Qatar,
- Amado diz que terá sido discutida a venda de títulos aos investidores,
e outras que por aí virão!
A nossa comunicação social é um espanto. Todos sabemos que “o segredo é alma do negócio” especialmente neste. Normalmente, no tempo da negociação, os Estados não a publicitam para evitar embaraços nos termos a acordar, devido à volatilização dos pressupostos. A saber-se publicamente, só depois do negócio estar concretizado e, mesmo assim, é preciso assegurar o devido enquadramento no que respeita aos mercados.
A propósito da dívida, do FMI, do deficit e outras coisas parecidas, apetece-me dizer que:
“Quem fala no barco quer embarcar!” ou “Quanto mais se mexe na m……, mais ela cheira mal!”
Silvestre Félix
(Foto: Doha, Capital do Qatar - Wikipédia)