A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

06
Set 10

 

Pelo rescaldo da Revolução dos Cravos, lá por 1976 e 1977, com a energia dos meus 22/23 anos, aí andava eu com outros camaradas, a bradar aos portugueses o preâmbulo da Constituição da República Portuguesa aprovada na Assembleia da República em 2 de Abril de 1976.

 

Para o campo da minha luta, à época, o documento passou de tolerado a conquista revolucionária e, por isso, defendido em todos os palcos da Nação.

 

O alinhamento dos textos que transmitíamos durante as apresentações, era uma seleção coletiva do grupo que incluía diversos autores portugueses e não só. Lembro-me por exemplo, que o “Operário em construção” de Vinicius de Moraes, fazia parte do programa.

 

O que comecei por dizer, vem a propósito do livro que li este fim-de-semana – SITA VALLES Revolucionária, Comunista até à Morte  – porque associo sempre esta minha fase de andarilho pelas festas e comícios, aos acontecimentos de 27 de Maio de 1977 em Angola. A forma como as coisas se desenrolaram na ex-colónia naqueles dias, eram motivo de conversa entre os elementos do grupo.

 

O desconforto era grande e maior ficou, quando se percebeu que Sita Valles – até dois anos antes, militante do PCP e dirigente de topo da UEC em Portugal – estava presa em Luanda.

 

Lendo a narrativa da autora “Leonor Figueiredo”, percorro lembranças da minha geração durante aqueles anos carregados de voluntarismo e generosidade.

 

Naquela época, “o sonho comandava a vida”, no caso da Sita, comando-a para a morte e, à excepção da família e dos amigos, não teve nada nem ninguém, que lhe salvasse os sonhos.

 

SBF

 

(Links: Aletheia e Parlamento)

publicado por voltadoduche às 19:25

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