Foi há 40 anos mas podia ter sido ontem – A minha Mãe, aos pés da minha cama, apelando a todos os santos da sua devoção para que nos livrasse da desgraça. E aquele barulho de catástrofe que não acabava. Sentei-me na cama, como se tivesse uma mola debaixo de mim, e, com tudo a abanar, esperei que o tecto desabasse.
O tecto não caiu, mas ficou-me a imagem.
Esta noite, à 01h37m, por rara circunstância, ainda não me tinha deitado e apercebi-me do sismo que foi sentido em toda a península.
Comecei a ouvir um barulho em crescendo, que posso tentar identificar por palavras – “TAC, TAC, TAC, TAC”, cada vez mais junto, até ficar um ruído contínuo e, um primeiro abanão e, segundos depois, outro. Após o segundo abanão, o ruído diminuiu até desaparecer.
Apanhei um valente susto. Percebi logo o que era e corri ao quarto onde a Isabel dormia como se nada tivesse acontecido. Voltei para a cozinha, o gato sempre atrás de mim assustado também (apercebeu-se do abalo antes de mim, e depois subiu a uma mesa e ficou lá mais de uma hora), e acreditei que o perigo tinha passado.
Até quando é que vai ser só susto?
SBF
(Dicas, foto e + notícias: Diário de Notícias Online)