A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

30
Nov 09

 

Já começou!
 Mesmo em crise, quem o tem (dinheiro) no bolso, não perde tempo. É vê-los em bichas intermináveis de carros a caminho dos shopping’s e de todos os locais onde se possa consumir alguma coisa para pôr na chaminé na noite de Natal.
É a época do ano em que a expressão – deitar dinheiro à rua – é certeira, e nos obriga a reconhecer que muitas das nossas queixas podiam ser caladas com uma atitude mais cuidadosa e racional, no que respeita às compras de Natal.
São muitas centenas de milhões de euros que se evaporam num abrir e fechar de olhos em prendas inúteis para o dia-a-dia das nossas vidas.
As nossas crianças são bombardeadas com uma bateria de brinquedos sem interesse e sem qualquer valor educativo, muitas vezes até – antes pelo contrário. Duma forma geral, correspondem só ao apelo da publicidade televisiva.
Nestes dias, os anúncios de: perfumes, jóias, electrodomésticos, telemóveis, PC’s, relógios, brinquedos, etc., etc., que repetem até à exaustão, tem o seu efeito e correspondem ao interesse de quem produz e vende.
Como faço o possível por consumir só o que preciso, a agitação destes dias incomoda-me… e obriga-me, (quando consigo) a passar ao lado…       
SBF
(Gravura: Wikipédia)
publicado por voltadoduche às 00:26
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28
Nov 09

A dívida do Dubai atinge os 80 mil milhões de dólares para um PIB de 37 mil milhões. Não muito longe de metade das receitas do Emirato, até 2008, eram provenientes do sector imobiliário e da construção. As construções megalómanas transformaram o Dubai num imenso estaleiro nos últimos quinze anos. Com o rebentamento da bolha do imobiliário, os preços caríssimos do Emirato, que iam sustentando os fundos financeiros com chorudos lucros, caíram para metade.
O petróleo não dá para nada, representa só 6% e o promissor desenvolvimento industrial ainda não está suficientemente musculado para compensar as perdas no imobiliário.
Assim sendo, o incumprimento dos compromissos com a dívida era inevitável e aconteceu. O mundo financeiro e as bolsas abanaram mas, com o previsível apoio do vizinho Abu Dhabi, talvez a coisa se recomponha. É, no entanto, mais uma boa lição para os Estados que, na sua maioria, foram muito pouco reguladores.
É provável que o Dubai continue na moda, mas para mim continua a parecer-me uma cidade de plástico. E aqui, aquela máxima é verdadeira: Quanto maior se sobe, maior é a queda.
SBF
(Fotos: Wikipédia)
publicado por voltadoduche às 17:44
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27
Nov 09

Torna-se cada vez mais difícil ouvir aberturas de noticiários de rádio ou televisão. É um corrupio de “face oculta”; São os arguidos, são os juízes, os procuradores, os advogados, e depois são os comentadores, os “pivôs”, os políticos, o empregado de mesa da pastelaria da esquina, o almeida, etc, etc.
Nunca mais acaba de palpites, sempre com muito cuidado, tem de estar de acordo com a força partidária da simpatia de cada um. Para o caso não importa muito se é culpado, inocente, ou se o PGR agiu certo e se o PSTJ tem razão – O que interessa é estar em sintonia com a posição que o seu partido defende.
Eles pensam que somos todos burros!
SBF
(Foto: Wikipédia)
publicado por voltadoduche às 01:18

26
Nov 09

 

E os cravos continuaram nos canos das espingardas!
Para mim, este dia de Novembro, tem sempre falta de qualquer coisa. Provei essa falta de… qualquer coisa, com os meus 21 anos, é claro que hoje o tempero é diferente. Em 1975 tudo era mais puro, não havia tanta refinação, e os sabores eram mais autênticos.
O 25 de Novembro de 1975, corresponde ao final do que historicamente se conhece por PREC (Processo Revolucionário Em Curso), iniciado com a Revolução dos Cravos em 25 de Abril de 1974. Ainda não reza na história tudo o que se passou em Novembro de 1975. Objectivamente o que aconteceu foi que; os pára-quedistas, afectos à ala mais à esquerda no MFA, identificada com Otelo Saraiva de Carvalho e o COPCON, ocuparam instalações militares fazendo exigências de toda a espécie, afrontando as chefias e o VI Governo presidido pelo Almirante Pinheiro de Azevedo. Do outro lado estava a outra ala moderada do MFA, conhecida por movimento dos nove e, aparentemente orientada pelo Major Melo Antunes.
Estas duas sensibilidades, que do ponto de vista político têm a fronteira no PS para a esquerda e no PS para a direita incluindo o próprio PS, estiveram muito perto de se envolverem numa luta fratricida pelo poder. A guerra civil esteve por um fio.
Quando parecia estar tudo perdido, só faltava atirar o primeiro tiro, surge a autoridade do General Costa Gomes, Presidente da República, chamando a Belém os principais inspiradores das correntes em litígio, conseguindo concentrar em si o comando das operações, declarando o estado de sítio e evitando o banho de sangue dado já como inevitável.
Independentemente das movimentações militares, comandadas no terreno por Ramalho Eanes e que nalguns casos se excedeu no zelo, o grande responsável pela NÃO vitória de nenhum dos lados, foi, o Já falecido Marechal Costa Gomes. A história, ainda não fez contas com este homem e começa a ser tempo de o fazer.
Eu, militar naquela altura, como acontecia com a generalidade da tropa, estava num dos lados e, como é normal, estava convencido da minha verdade. (O meu 25 de Novembro)
SBF
publicado por voltadoduche às 00:51

25
Nov 09

Caim
De José Saramago
Este fim de semana, peguei e li o badalado “Caim”. Do ponto de vista literário, que é, o que, no Saramago me interessa, gostei, como acontece com boa parte dos seus livros.
Quem fez catequese em criança como eu, personagem que nunca mais se esqueceu foi de Caim mais o seu irmão Abel. A sua crueldade, ao matar o irmão, fez-me sempre muita confusão, assim como as razias de Sodoma, de Us, a pátria de Abraão e do próprio dilúvio. Lembro-me de ter alguma dificuldade em conciliar a imagem dos anjos com espadas de fogo, e a ideia que tinha do anjo bom e protector. As personagens do antigo testamento são assim no que conseguimos perceber pela leitura, e, bem cheio de enigmas, para que a religião possa explorar sem limite as alegadas mensagens.   
A polémica que Saramago alimentou, antes e durante o lançamento do livro, não teve sentido nenhum, mas que ajudou a vender a obra, lá isso ajudou.
Pormenor importante – Para plena satisfação com a leitura de “Caim”, é importante conhecer minimamente o antigo testamento, ou, pelo menos, algumas partes.
Toda a gente que frequenta as prateleiras das livrarias, com certeza reparou, como eu, a exposição de atraentes edições de bíblias, algumas vezes até, perto do “Caim” de Saramago
Primeira edição da “Caminho” em Setembro de 2009.
De José Saramago já tudo se sabe. Vive no arquipélago das Canárias na ilha de Lanzarote e defende a criação da Ibéria (união de Portugal e Espanha).
SBF
(Gravura: Capa do livro)
publicado por voltadoduche às 00:37

23
Nov 09

 

Daquela janela do terceiro andar, adivinhava o reboliço do mercado da ribeira, para lá das águas furtadas do “Bensaude”, pela dos Remolares e até à da Ribeira Nova. Conseguia até sentir o cheiro das frutas, das flores, das hortaliças e principalmente do peixe fresco que na hora de almoço, virava “fresco na brasa”.
Pela janela do terceiro andar viajava de “cacilheiro” até à outra banda do petisco no cais de Cacilhas. Ia e vinha quantas vezes me apetecesse. No Tejo ainda navegava uma falua que no tempo ficou parada e muitas vezes contemplada.
Naquela janela do terceiro andar sonhei muitas vezes. Com os cotovelos naquele parapeito os sonhos eram sempre bons, não me lembro de nenhum pesadelo. O Sá Rodrigues ajudava, e também o Silva, e o Caparica, e o Vicente, e a Celeste, todos… todos… por isso ainda passeiam pelas lembranças boas da minha vida.
Pela janela daquele terceiro andar conseguia agarrar as energias boas e deitar fora as más. Em frente, pelas águas furtadas e telhados de estendais postos e cheios de roupa a secar, inventava os corpos que com elas se cobriam.
Daquela janela do terceiro andar, há tanto tempo contado em anos eu imaginava o tamanho do universo, e nós somos tão pequeninos…   
SBF
Silvestre Félix
publicado por voltadoduche às 01:45
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22
Nov 09

“Se no decurso de uma escuta legalmente autorizada for interceptada uma conversa telefónica em que intervenha; Presidente da República, Presidente da Assembleia da República ou Primeiro – Ministro, o Juiz que a ordenou, deve apagá-la, em virtude de, conforme a Lei, só o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, ter competência para autorizar a escuta referida.”

 

Ainda assim, e perante o atropelo descarado à Lei, o PGR analisou as ditas em que intervinha o Primeiro – Ministro e, ao contrário do que disseram e escreveram, o Procurador e o Juiz de Aveiro, considerou não haver indícios de quaisquer crimes imputados ao Engº José Sócrates na totalidade das escutas.
O que também não dá para acreditar, é o facto de não ter sido acatada a ordem do PSTJ de, na sequência da nulidade das escutas, não terem procedido à destruição do respectivo material.
Afinal quem é que anda a prevaricar?
Na imprensa de hoje também li que, afinal, no interrogatório, o Dr. Armando Vara não foi confrontado, em nenhuma das escutas, com o tal pedido de dez mil euros. Mas então como é? Este pedido de dinheiro foi apresentado à opinião pública como condenação antecipada do homem e agora já não é bem assim?
Há dias, em que acho haver só uma solução – Apagar a “justiça” toda, e começar tudo de novo, porque esta já não tem arranjo.
SBF
publicado por voltadoduche às 01:22
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20
Nov 09

No futebol, e não é só em Portugal, a verdade do jogo, é constantemente deturpada. Os árbitros são humanos e, como todos os outros, também erram. No entanto, fica sempre a dúvida da razão do erro, como também é natural.
Em pleno século XXI, é inadmissível que a selecção francesa passe à fase final do mundial de 2010, à custa de um golo irregular.
Como acontece noutras modalidades, também no futebol, os resultados podem ser validados com o auxílio das novas tecnologias. São segundos – É só rever o lance em questão!
Quem verdadeiramente gosta de futebol, não pode aceitar que as coisas continuem como estão.
Os culpados estão no poder, são os dirigentes das grandes federações mundiais.
Os atletas, umas vezes são vítimas e outras, parte da culpa. Se fossem sempre castigados, corrigiriam a sua postura em campo.
No caso em apreço, o mais caricato é que o próprio atleta confessa que “ajudou com a mão”.
Com este estado de coisas, ninguém tem de admirar-se que os adeptos façam as asneiras que costumam fazer quando as coisas não correm de feição.
SBF
(Foto AP – Google – RTP
publicado por voltadoduche às 18:13
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19
Nov 09

O apuramento da selecção portuguesa para o mundial de futebol na África do Sul do próximo Verão, é uma boa notícia para todos os portugueses, estejam onde estiverem. Duma maneira muito particular, estarão radiantes os portugueses que vivem em Moçambique e na África do Sul mas também os Moçambicanos e os Sul-Africanos. Todos vão ter oportunidade de assistir ao vivo e cores, às exibições dos nossos craques.
Registe-se – mesmo com este resultado muito positivo, os comentários proferidos por alguns detractores do Professor Carlos Queirós.
“Os cães ladram e a caravana passa!”
Carlos Queirós, merece este êxito. Continua a ser o “Pai” do futebol português moderno. 
Video com os artistas no palco, aqui 
 SBF
(Foto e videos: Sapo)
publicado por voltadoduche às 01:11

18
Nov 09

 

Império à Deriva
De Patrick Wilcken
Ao longo da nossa história autónoma e independente de 866 anos, tomando como começo, o tratado de Zamora em 1143, tivemos duas ocasiões principais em que o “Império” andou à deriva: A dinastia filipina entre 1580 e 1640, e a época das invasões francesas prolongada por mais algum tempo, de 1808 a 1821 em que a corte portuguesa esteve no Brasil fugindo assim aos sucessivos ataques napoleónicos.
Foi sobre um desses períodos, que Patrick Wilcken, australiano, escreveu a interessante narrativa “Império à Deriva”. Patrick cresceu em Sidney, fez os seus estudos na Austrália e em Inglaterra onde também trabalhou para a Amnistia Internacional no departamento da África Portuguesa tendo, ao mesmo tempo, estabelecido relações profissionais com a imprensa escrita, designadamente com o “The Guardian”, onde desenvolveu trabalhos sobre o Brasil e, por isso, viajou algumas vezes até lá. Foi nessas estadias no País, que foi tomando conhecimento da sua história, e ganhou inspiração para escrever o “Império à Deriva”.
Às sete da manhã do dia 29 de Novembro de 1807, no porto de Lisboa e com a barra do Tejo à vista, é dada ordem para levantar âncora, e assim, a horas do comandante Francês Junot, entrar em Lisboa, o Príncipe Real D. João e a sua corte, rumavam ao Brasil e a bordo das suas naus levava 10 000 aristocratas, ministros, padres, criados, militares, a carruagem real, um piano e toneladas de livros e documentos. Passados dois difíceis meses de viagem, a corte portuguesa chegava ao Brasil, com falta de banho, esfarrapada e cheia de piolhos.
A cidade do Rio de Janeiro, dum momento para o outro, promovida a Capital do Império, depressa se transformou na “Versailles Tropical”. Neste livro passam muitas personagens, com destaque para o Príncipe D. Pedro que viria a dar o “Grito do Ipiranga” e a proclamar a Independência do Brasil, a sua avó D. Maria I, a louca, O Príncipe regente D. João, que depois da morte de D. Maria foi D. João VI, sua mulher, a venenosa Carlota Joaquina e o filho mais novo D. Miguel, que seria o Rei absolutista D. Miguel I, arredado do poder pelos liberais tendo à cabeça o seu irmão D. Pedro IV de Portugal e D. Pedro I do Brasil.
“Império à Deriva”, é de ler e chorar por mais.
Edição da “Civilização Editora”, a segunda, em Novembro de 2005.
SBF
(Gravura: Capa do Livro)
publicado por voltadoduche às 01:41

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