CAPITÃES DA AREIA
De Jorge Amado
É o livro de Jorge Amado mais vendido no mundo.
Foi leitura da minha juventude com capa forrada por conselho amigo. No tempo da ditadura no nosso País, o Jorge Amado, mesmo sendo brasileiro, era um dos autores referenciado pela PIDE, logo, quem lesse os seus livros, era suspeito de ser do contra, e, por isso, seria certamente perseguido e muitas vezes detido para interrogatório.
Esta maravilhosa obra foi publicada pela primeira vez em 1937. Retrata duma maneira única, a vida dos meninos de rua na cidade capital da Baía, Salvador.
A marginalidade atribuída a estes meninos, que mais não faziam do que sobreviver dobrando os dias e as noites sem o carinho e protecção das respectivas famílias, é-lhes pregada pela própria sociedade que os abandona. Passados todos estes anos, ainda existem muitos meninos (Capitães da Areia), por essas cidades fora.
Noutra perspectiva, os próprios “Capitães da Areia”, e em resultado da sua vivencia, desenvolvem a sua “sociedade”. São códigos de amizade, honestidade, respeito hierárquico, e, acima de tudo, de sentimentos. Aliás, uma das três partes do livro, realça a despedida de um dos personagens da história.
O Sem-Pernas, o Pedro Bala, o Boa-Vida, o Gato, o João Grande, O Lampião, o Volta Seca, etc, etc, são alguns dos personagens desta história que toda a gente deve ler.
Jorge Amado morreu em 2001 com 90 anos. Entre os muitos prémios que recebeu, também lhe foi atribuído o Prémio Camões em 1994. Foi jornalista e romancista e publicou mais de 30 obras traduzidas em 55 Países e 49 idiomas.
Publicado em Portugal pela Dom Quixote.
SBF
(Gravura: Capa do Livro)