Sardinhada é palavra dita e redita, dezenas, centenas, milhares de vezes neste mês de Junho. O mês é dos santos populares, Santo António, São João e São Pedro, cada um no seu dia, mas a sardinha é de todos.
Lá fui à sardinhada e que saborosa estava. Bem me apetecia prova
r um bom tinto para ajudar o lombinho da sardinha a escorregar mas, tive que me ficar pela água que é a melhor bebida do mundo.
Noutros tempos, logo pela manhã da véspera, lá se corria a cortar mato e carrasco para, ao anoitecer, deitar em grandes fogueiras, que se saltava fugindo à labareda que, muitas vezes, conseguia lamber as solas dos sapatos do saltador.
Na fogueira se metia a flor da alcachofra até ficar negra e, puxando-se pelo caule, se ia guardar em sítio secreto, e descobrir dias depois se a flor reagia como Fénix renasce do fogo diabólico. Se o colorido da flor ai vinha outra vez, era certo que as juras de amor estavam certas e verdadeiras. Se a alcachofra continuava estorricada, não havia nada a fazer, as juras tinham sido falsas e o melhor era esperar pelo próximo bailarico e ir bater a outra porta.
SBF