Passou tanto tempo, em anos contado, e a figura, como que parida das entranhas do Grande Rafael Bordalo Pinheiro, continua aí actualizadíssima.
Por cima das nossas cabeças, sempre paira aquele peso de tempestade, que mais tarde ou mais cedo, se abate sobre nós.
Seja por “superfície - frontal” ou por qualquer outra “frente” ou “traseira”, o “ZÉ” está sempre malhado. Com crise ou sem crise, o rendimento é sempre para sobreviver e é quando chega.
Quando corre de feição às “Donas brancas” que por aí se estabeleceram, e com a “lábia” cursada nas “melhores” universidades dos “states” ou até do nosso “burgo”, vão conseguindo fazer crer ao “ZÉ” que, com uns troquitos, a vida vai melhorar. Vai daí, o “ZÉ”, assina as promissórias, hipoteca a sua territa e casita, e está feito! Já foi!
As “donas brancas”, que no mundo civilizado, nalguns casos, lhes chamam “bancos” (não são de cozinha), engordam sem parar, e como tudo o que é demais faz mal, acabam por estoirar, e, mais uma vez, quem se lixa é o “ZÉ”. Pois claro, é o “ZÉ” que ficou sem os troquitos, sem a territa, sem a casita, sem nada.
Pela porta do “cavalo” saem as “donas brancas” de muito “fininho”, e, 124 anos de tempo contado, desde o seu nascimento, a Fábrica de Cerâmica do Rafael Bordalo Pinheiro nas Caldas da Rainha, está em risco de desaparecer.
Governantes do meu País, não deixem desaparecer mais este pedaço do nosso património cultural. Temos a obrigação de salvar a “Rafael Bordalo Pinheiro”.
SBF