Neste fim-de-semana, a classe política portuguesa, tem dado sucessivas provas de que não merece o mínimo de consideração por parte dos cidadãos pagadores.
Com o péssimo contributo de Cavaco Silva, proferindo um discurso que mais parecia de líder da oposição do que de Presidente da República, ficaram criadas todas as condições para, mais uma vez, sempre em “meias-tintas”, se contestar a ação governativa. Como diz o Professor Jorge Miranda em entrevista ao Diário de Notícias de hoje, «O presidente tem de tirar as consequências do seu discurso». É isso mesmo, quem diz do Governo ou da sua ação, o que ele disse, não pode deixar andar como se não tivesse acontecido nada. Assuma as suas responsabilidades e dissolva a Assembleia. Porque não o faz? Tem todas as ferramentas para isso.
Passos Coelho não pode ficar à espera que Sócrates faça o que ele quer, ou seja, “declarar que não tem condições e apresente a demissão”. O Primeiro-Ministro já disse várias vezes que não o faz e, se não o fez na passada 4ª feira depois daquele discurso do PR, nunca mais o fará.
Se o PSD se revê no discurso de Cavaco Silva, se não concorda com as últimas medidas anunciadas pelo Governo, mesmo que estejam de acordo com a sua correligionária do PP Europeu, Chanceler da Alemanha e, na prática, líder da UE, então, que se chegue à frente, crie condições na Assembleia para mandar o Governo embora e vá para eleições. Também têm medo? De quê? Se não querem ou se não o podem fazer, então não travem a ação do Governo.
A discordância não é exclusiva do PSD. Não haverá um único português que esteja de acordo com estas ou quaisquer outras medidas de austeridade.
Do que se precisa é de alternativas… De bazófia estamos nós fartos!
Silvestre Félix