Dizer assim, a seco, sem espinhas, que as “empresas do setor empresarial do Estado que dêem prejuízo, devem ser extintas”, é mau demais para terem sido ditas pelo líder do maior partido da oposição.
Penso não existir ninguém neste País, que discorde da necessidade urgente de implementar uma grande reforma do Estado e particularmente deste setor. Isso é uma coisa, agora, manifestar o desejo de cortar a direito sem entrar em linha de conta com a especificidade de cada empresa, não fica bem a PPC nem a ninguém.
As empresas a que nas entrelinhas se referia eram as dos transportes. Bom, admitindo que existirá má gestão nalguma e que é indiscutível a vantagem da privatização de outras, todas as decisões têm de passar pela abrangência do todo nacional.
Para garantir o equilíbrio do território nacional, ou pelo menos, para evitar que a inclinação discriminatória aumente, é aconselhado bom senso e sentido de estado.
Existem obrigações de que o Estado não pode abdicar, esteja no poder um governo de esquerda do centro ou de direita.
Portanto, Dr. Passos Coelho, não lhe fuja o discurso para o demasiado simples, porque pode vir a ser chamado a lugares de mais responsabilidade, e depois, como fica?
Silvestre Félix