A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

14
Jan 13

Reparei que havia uma fila nova no sentido oposto da sala de espera. Murmurando, como se rezando estivessem na penumbra de Igreja cheirando a velho e com todos os antigos santos nos nichos laterais prontos a receber os olhares enternecidos de paroquianos praticantes.

 

A conversa ao telemóvel altera a regularidade do murmúrio explicando – «que uma taxa é de análises, a outra é dum TAC, tem mais outra de consulta e também de ecografia. À pois, é muito dinheiro, cem euros não chegam. Que vá a Segurança Social resolver a isenção.» Vai mais um, vai outro, outra, agora uma velhota de cadeira de rodas e a rapariga empurra… pede licença e lá vai levar a pica.

 

A leitura do “Melo Antunes – Sonhador pragmático” que comprei nos saldos da FNAC não tem conseguido abstrair-me de todos os que ali estão. Fechei-o e voltei a olhar para a fila invertida. Afinal já consegui perceber que é o guichê onde se pagam as “moderadoras”. Que sugestivo nome lhes deram. Muito do som falante é de lá que vem e, na maior parte das vezes, dizendo mal da sorte calhada – primeiro paga, depois espera a chamada.


Já não há pragmatismo que encaixe na generosidade do “sonhador”…


Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 16:27

11
Jan 13

Vão aparecendo, cada vez com mais frequência, notícias que dão conta de algumas dificuldades de administrar em pacientes com doenças graves, determinado tipo de medicamentos. Na maior parte das vezes, de acordo com o que vimos ontem no “Linha da frente” da RTP1, as condicionantes que levam o Serviço Nacional de Saúde a não optar por medicamentos mais recentes e eficazes nos casos sinalizados, são simplesmente economicistas.

 

Já é difícil para muitas famílias conseguirem pagar uma ida à urgência ou, pior ainda, voltar na próxima consulta de acompanhamento. A esta inultrapassável barreira, junta-se agora a desconfiança de que, batendo-nos o azar duma doença que requeira medicamentos caros, o Serviço Nacional de Saúde opte, para reduzir o deficit e não faltar no pagamento dos juros aos (amigos) usurários, por um comprimidito mais barato…

 

Os profissionais do SNS tentam resistir às demandas dos gestores “inteligentes” mas não estão a conseguir contrariar a força deste poder instalado.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 16:44

14
Dez 12

As voltas que “eles” dão para justificarem a redução de idas dos portugueses a urgências e às consultas dos Centros de Saúde.

 

Não! Os portugueses não estão melhor de saúde! Estão é muito pior de finanças e são obrigados a cortar em tudo incluindo as idas ao médico.


Nos últimos dez meses os hospitais registaram menos 500 mil urgências e os Centros de Saúde menos um milhão de consultas. Têm sido muitas as razões inventadas mas o único motivo para esta variação estatística é a falta de dinheiro para pagar as taxas (chamadas) moderadoras.

 

Mesmo que não corresponda à totalidade dos números, a situação estará a provocar pior saúde para os portugueses, a uma grande velocidade. Não demorará muito tempo até que facilmente se perceba esta nova realidade.

 

Os “inteligentes” arranjarão as habituais desculpas…


Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 16:19

27
Set 12

Porque o Conselho, que mandou a ética às urtigas e absorveu duma forma pura os ensinamentos e orientações da troika, legitimou que se aplique a dicotomia custo-benefício, nos gastos com tratamentos de cancro, VIH/sida ou doenças reumáticas, os do poder na saúde ficam com a consciência mais leve e já podem mandar cortar à vontade nas doses e na qualidade dos medicamentos.

 

Como será apurado o resultado custo-benefício?

 

Eu acho que «a saúde não tem preço», mesmo sabendo que de números feitos euros, se transformou tudo neste nosso País.

 

Eles acham que «para pouca saúde, mais vale nenhuma» e, cortando nas doses e na qualidade, «“matam” dois coelhos duma cajadada».


Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 16:39

04
Jul 12

Esta escandaleira de quererem pagar € 3,96 à hora a enfermeiros contratados para o Serviço Nacional de Saúde através de empresas intermediárias de trabalho temporário, destapa o miserável estado a que “os que têm estado no poder”, estão a deixar o nosso País.

 

E “os inteligentes”, quando questionados, têm a lata de dizer que são as regras do “concurso público”. Que é pelo preço mais baixo para defender o contribuinte, que se não for assim o Tribunal de Contas cai em cima…blá…blá…blá!

 

O “Zé Povinho” está farto que “os inteligentes” lhe atirem areia para os olhos!


O Serviço Nacional de Saúde precisa de médicos, enfermeiros, auxiliares, etc., etc., só tem que abrir os respetivos concursos e fazer as admissões diretamente pagando vencimentos normais. Não tem que recorrer, nem que a troika queira, a intermediários.

 

Estes “inteligentes” querem justificar tudo em nome dos deficit’s, dos cortes e doutras coisas parecidas, olhando e assobiando para o lado para não se lembrarem que estão a tratar com PESSOAS.

 

 O “Zé Povinho” qualquer dia tira os “adesivos” da boca e volta a fazer o “manguito”…


Silvestre Félix


11
Abr 12

O Ministro da Saúde voltou a afirmar hoje na Assembleia da República que o setor da saúde continua sem ter sustentabilidade. A repetição desta ideia não é mais do que a necessidade de justificar mais medidas gravosas que aí vêm, para os portugueses.

 

A existência do SNS é, felizmente, um bom travão à desejada política ultraliberal, também na área da saúde, de alguns setores do poder vigente.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 23:39

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