A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

16
Mar 12

Otelo é uma referência histórica que deve ser respeitada e até valorizada!

 

No entanto, o comportamento verbal do herói de Abril quando lhe metem um microfone à frente e se refere à “atitude” das Forças Armadas nacionais, face à situação atual do País, é altamente reprovável. Lamento profundamente que Otelo tenha parado no tempo e não se aperceba das mudanças que aconteceram em Portugal.

 

Hoje, com a “raspagem” constante na nossa independência e com todas as incertezas quanto ao futuro, a existência dumas Forças Armadas vigilantes e operacionais, podem garantir, no limite, a nossa soberania mas, esta conformidade, não é compatível com o que Otelo, mais uma vez, disse.

     

Silvestre Félix


12
Nov 11

O nosso País está mal e os portugueses sofrem! Mas é preciso cuidado com as interpretações que a legião de “puros” (?) democratas se apreçaram a fazer das afirmações de Otelo.

 

O Capitão de Abril é igual a si próprio e, surpreendidos ficaríamos, se não falasse assim a propósito dos desmandos de quem nos tem governado nas últimas décadas.

 

Vivemos em democracia que, até prova em contrário, é o sistema menos mau que conhecemos.

 

Se a democracia alguma vez estiver em perigo, não é certamente por causa das opiniões do “Herói de Abril.”

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 19:59

19
Abr 11

 

Otelo Saraiva de Carvalho voltou à escrita com “O dia inicial – 25 de Abril hora a hora”.

 

Muito já se escreveu sobre os acontecimentos de 25 de Abril de 1974, inclusive, com a caneta de Otelo. No entanto, e pela grandeza das mudanças ocorridas em Portugal em consequência da ação levada a cabo pelo Movimento das Forças Armadas, muito ainda se escreverá porque a história é mesmo assim: Relatam os protagonistas e, mais tarde, os historiadores desenvolvem e muitas vezes até alteram o inicialmente dito e feito.

 

Neste caso, ninguém estará mais habilitado do que Otelo Saraiva de Carvalho para relatar, hora a hora, o que – depois de se ouvir na rádio a canção de Paulo de Carvalho “E depois do adeus” – foi acontecendo pela madrugada dentro.

 

Otelo recua à preparação do Movimento militar que havia de derrubar o regime, e depois, desde as vésperas, conta-nos tudo em pormenor: Os contactos diretos e por telefone, as notícias que iam tendo no Posto de Comando sobre o evoluir das operações, os sustos, as surpresas de última hora que punham em causa uma ou outra ação, os papéis que cada um deles desempenhava, a sua própria tarefa de coordenador das operações, enfim, tudo até às 20h do próprio dia 25, hora a que chegou ao Posto de Comando na Pontinha o General António de Spínola.

 

Neste livro, para além do relato do que foi acontecendo minuto a minuto, Otelo já vai, aqui e ali, fazendo comentários e considerações acerca de alguns dos intervenientes. Tanto pelo que já conhecia deles na altura, como pelo que fizeram nos dias, semanas e meses a seguir.

 

Quem quiser conhecer toda a movimentação militar que se materializou na revolução dos cravos com o consequente derrube do regime de ditadura, as causas que mobilizaram os Capitães a criar e a desenvolver o Movimento, não deixe de ler este livro. O autor comandou toda a operação a partir do Posto de Comando e era um dos membros da Comissão Executiva do Movimento das Forças Armadas.

 

Otelo Saraiva de Carvalho nasceu em Lourenço Marques, hoje Maputo, em Moçambique no ano de 1936. Fez várias comissões na Guerra Colonial e, depois do 25 de Abril, graduado em Brigadeiro, foi Comandante do COPCON e Comandante da Região Militar de Lisboa e fez parte do Conselho da Revolução. Conotado com a ala radical do MFA, chegou a ser preso depois do 25 de Novembro de 1975, tendo sido libertado pouco tempo depois. Já na reserva é candidato às presidenciais de 1976 e, uma segunda vez em 1980. Em 1984 volta a ser preso desta vez acusado de pertencer às FP-25, classificada como organização terrorista. Libertado cinco anos depois, Otelo continua a ser uma voz na sociedade portuguesa e, inquestionavelmente, uma referência da revolução de 25 de Abril de 1974.

 

É uma edição da “Objectiva” e a primeira em Março de 2011.

 

Silvestre Félix

 

(Imagem: Capa do livro digitalizada)


14
Abr 11

Otelo Saraiva de Carvalho declarou ontem à Lusa;

 

«…que hoje em dia não faria a revolução, se soubesse que o país iria estar no estado em que está.»

 

Não concordo em absoluto com uma afirmação deste tipo. Tenho grande admiração por Otelo e ainda hoje acabei de ler o seu último livro que me enriqueceu o conhecimento sobre o que se passou naquele dia 25 de Abril de 1974.

 

A Revolução dos Cravos, que Otelo coordenou em termos operacionais, alterou muita coisa que não tem rigorosamente nada a ver com a situação económica e financeira que hoje se vive em Portugal Fim da Guerra Colonial, final do império com a independência das colónias e fim da opressão e domínio de outros povos, desmantelamento do Estado fascista com o fim da censura e polícia política, instauração das liberdades individuais e coletivas e institucionalização do Estado democrático em todas as suas vertentes, etc., etc.

 

Otelo Saraiva de Carvalho sempre nos foi habituando, nestes 37 anos, a alguns “pronúncios” polémicos. O seu voluntarismo e a sua espontaneidade têm sido suficientes para desculpar uma ou outra “tirada” mais a despropósito, mas esta é de “bradar aos céus”. Ainda assim, Otelo tem de continuar a ser polémico senão deixa de ser autêntico. Com certeza foi levado pela revolta, que é comum a grande parte dos portugueses neste momento, mas, relendo as suas próprias declarações, já terá concluído que não era bem aquilo que queria dizer.

 

Um destes dias falarei aqui do seu livro “O Dia Inicial”, que vem mesmo a calhar neste mês de Abril.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 22:20

04
Abr 11

 

 

«Senhores, estamos aqui em nome da Liberdade. É em nome da Liberdade que não faremos justiça por nossas próprias mãos. As pessoas por quem esperam devem abandonar este local em inteira segurança, a fim de serem julgados.» (1)

 

Gritou o Capitão Salgueiro Maia, duma das janelas do Quartel do Carmo, de megafone na mão.

 

Era cerca das seis da tarde de 25 de Abril de 1974, o Largo do Carmo a abarrotar de gente que reclama, aos gritos, que lhes seja entregue Marcelo Caetano.

 

A sabedoria e o bom senso de Salgueiro Maia foram fundamentais para o sucesso desta hora crucial da revolução dos cravos – A rendição de Marcelo Caetano!

 

O Capitão Salgueiro Maia, que encarnou o espírito mais verdadeiro do 25 de Abril, morreu no dia 4 de Abril de 1992, faz hoje 19 anos.

 

Silvestre Félix

 

 

(Nota (1): Extraído do livro “O Dia inicial” de Otelo Saraiva de Carvalho)


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