A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

09
Mar 12

Cavaco Silva, desvalorizando completamente a responsabilidade institucional das suas funções e o que se lhe exige, no que respeita à estabilidade da democracia e ao seu desejável papel de árbitro nas relações dos vários intervenientes, escreveu, em prefácio de livro hoje tornado público, palavras, frases e expressões, diabolizando o antigo Primeiro-Ministro José Sócrates duma forma descabida e extemporânea.

 

Em circunstâncias normais, Cavaco Silva ainda será o mais alto magistrado da Nação durante mais quatro anos, não lhe ficando bem referir-se aos protagonistas da governação da maneira como o faz hoje, relativamente a José Sócrates. Mesmo que a razão lhe assistisse por inteiro, que não é o caso, digo eu, não o deveria ter fazer. Muito menos quando os seus telhados de vidro são enormes e também se podem partir.

 

Estou com muita curiosidade em ouvir o que António José Seguro tem a dizer sobre esta “prenda” de Cavaco Silva a José Sócrates.

 

Silvestre Félix


13
Mar 11

Neste fim-de-semana, a classe política portuguesa, tem dado sucessivas provas de que não merece o mínimo de consideração por parte dos cidadãos pagadores.

 

Com o péssimo contributo de Cavaco Silva, proferindo um discurso que mais parecia de líder da oposição do que de Presidente da República, ficaram criadas todas as condições para, mais uma vez, sempre em “meias-tintas”, se contestar a ação governativa. Como diz o Professor Jorge Miranda em entrevista ao Diário de Notícias de hoje, «O presidente tem de tirar as consequências do seu discurso». É isso mesmo, quem diz do Governo ou da sua ação, o que ele disse, não pode deixar andar como se não tivesse acontecido nada. Assuma as suas responsabilidades e dissolva a Assembleia. Porque não o faz? Tem todas as ferramentas para isso.

 

Passos Coelho não pode ficar à espera que Sócrates faça o que ele quer, ou seja, “declarar que não tem condições e apresente a demissão”. O Primeiro-Ministro já disse várias vezes que não o faz e, se não o fez na passada 4ª feira depois daquele discurso do PR, nunca mais o fará.

 

Se o PSD se revê no discurso de Cavaco Silva, se não concorda com as últimas medidas anunciadas pelo Governo, mesmo que estejam de acordo com a sua correligionária do PP Europeu, Chanceler da Alemanha e, na prática, líder da UE, então, que se chegue à frente, crie condições na Assembleia para mandar o Governo embora e vá para eleições. Também têm medo? De quê? Se não querem ou se não o podem fazer, então não travem a ação do Governo.

 

A discordância não é exclusiva do PSD. Não haverá um único português que esteja de acordo com estas ou quaisquer outras medidas de austeridade.

 

Do que se precisa é de alternativas… De bazófia estamos nós fartos!

 

Silvestre Félix


10
Mar 11

A moção de censura do BE apresentada e rejeitada hoje na Assembleia da República, não conta para nada. Só provou a incongruência da decisão do Bloco, tentando repor a sua agenda política depois das precipitações, pelo menos, das presidenciais.

 

A verdadeira moção de censura ao Governo foi apresentada ontem, de viva voz, por Cavaco Silva. Só não provocou a queda do Governo porque o Primeiro-Ministro é José Sócrates.

 

Mesmo neste universo medíocre da política portuguesa, há muito boa gente que não ouviria este ataque direto ao Governo e à sua ação governativa, sem que, na hora, batesse com muita força com a porta, e, se possível, na cara de Cavaco Silva.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 17:34

19
Fev 11

A liberdade de expressão é a coluna vertebral da democracia como nós a entendemos. Da mesma forma que só nos lembramos do ar que respiramos quando, por qualquer razão, nos falta esse bem essencial, também a liberdade de expressão incondicional é encarada e assumida duma maneira natural, quando não se vive em ditadura como acontecia em Portugal antes de 25 de Abril de 1974.

 

No entanto, como em tudo na vida, devemos saber usar as ferramentas que temos e, acima de tudo, quando envolvemos outras pessoas, instituições, etc.,. No âmbito político, é frequente ouvirmos referências de uns políticos a outros, que roçam o insulto mas, se duma vez acontece com um, doutra acontece ao contrário e eles lá se entendem. Gostam e aceitam insultar e ser insultados.

 

Fora da classe política, designadamente no mundo empresarial, é normal assistirmos a alguma diplomacia quando se fala do Governo, de membros do Governo ou até da oposição. As pessoas manifestam-se igualmente mas, porque representam empresas ou associações empresariais, habitualmente não pessoalizam as apreciações que fazem. Como as excepções confirmam a regra, também nesta área, as há.

 

Neste Sábado, o líder o grupo “Jerónimo Martins”, que é a cara de muitas empresas cá e lá fora, patrão de muitos milhares e fornecedor de bens essenciais de muitos milhões de portugueses, referiu-se ao “Sócrates”duma maneira pouco apropriada, roçando mesmo níveis muito baixos de educação.

 

Hoje, decerto existe uma maioria de portugueses que não morre de amores por José Sócrates, que ficaria contente de o ver “pelas costas”mas acontece que ele ainda é o Primeiro-Ministro de Portugal e o “Sr. Pingo Doce” tem obrigação de se lembrar disso.

 

O sr. pode dormir num colchão com molas de ouro, em vez de papel higiénico, pode usar rolos de notas de 500 euros, mas isso não lhe dá o direito de se esquecer o que é a boa educação.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 18:04

26
Dez 10

 

O tom alinhado do meu diapasão não é o mesmo dos partidos da oposição relativamente à mensagem de Natal do Primeiro-Ministro, no entanto, não posso deixar de ficar indignado e com o estômago às voltas, quando José Sócrates afirma que: “este é o único caminho”.

  

Ele devia saber que – porque não é “fraco de inteligência” – proferir esta frase vezes sem conta, enquanto e no papel de responsável máximo pelo Governo da Nação, não acrescenta, antes pelo contrário, nada de bom à sua “performance” como político.

 

A primeira lição dos manuais políticos contraria esta postura para qualquer função ativa do Estado. O Governo ou o seu “Primeiro” não pode afirmar pela televisão que é detentor da “verdade absoluta”, o que, na sua essência, quer dizer, «este é o único caminho». É preciso demonstrar respeito pelos adversários, pelas opiniões alheias e, mesmo acreditando que só o seu caminho está certo, e isso não é exclusivo do Primeiro-Ministro, é politicamente incorreto afirmá-lo em público, ainda mais numa mensagem de Natal.

 

Se alguém tivesse o «caminho certo» no bolso, não estávamos nesta situação!

 

SBF

publicado por voltadoduche às 17:15

21
Dez 10

O alegado aproveitamento, por parte de alguns dos nossos políticos, da condição de pobreza de parte significativa da nossa população, com tendência claramente ascendente, não tem nada de extraordinário nem de novo.

 

José Sócrates, ao levantar esta questão em plena pré-campanha eleitoral, ao contrário do efeito pretendido, só ajudou a realçar o lado positivo das iniciativas do candidato Cavaco Silva junto desta faixa da sociedade. Os portugueses, duma forma geral, são muito sensíveis às ajudas em situações de pobreza e, invariavelmente, aplaudem todas as ações nesse sentido.

 

À partida, temos de admitir, que a presença de Cavaco Silva nestes locais, assenta em intenções genuínas e sinceras de transmitir apoio e conforto aos pobres e sem-abrigo na “pele” de Presidente da República e não, como os adversários querem fazer querer, de simples ações de campanha.

 

Considerando como possível uma ou outra razão, foi politicamente incorreto a referência de Sócrates a este assunto no discurso de Sábado passado. Está-lhe no sangue… a provocaçãozinha… precisava de quebrar a onda “de não agressão” que já durava há alguns dias, depois que não se queixe, “tiros no pé”, são diretamente proporcionais à quebra de muitos milhares de votos!

 

SBF


08
Nov 10

 

As recentes afirmações de Pedro Passos Coelho, sobre responsabilidade civil e criminal, a propósito de eventuais desvios nas execuções orçamentais, têm o consciente efeito de “atirar mais uma acha para a fogueira”.

 

Estou a achar que PPC assumiu definitivamente, a corrida da asneirada e da teimosia com José Sócrates. Dá para perceber que vem fazendo “orelhas moucas” a tudo e a todos, incluindo a alguns antigos apoiantes.

 

Não entendo como é que, de vez em quando, lhe foge o tiro para os pés. Em tão pouco tempo, já foram tantos os tiros que, qualquer dia, vai ter dificuldade em manter-se em pé.

 

Devia ser inventado um aparelho para medir a demagogia. Se essa ferramenta existisse, PPC já estaria nos primeiros lugares. As contas do Estado são permanentemente auditadas e, se PPC não se lembra, existe uma instituição que se chama Tribunal de Contas, com poderes para responsabilizar e agir criminalmente no âmbito de todos os serviços do Estado e de outras instituições, deles dependentes, sempre que seja necessário.

 

Como podemos ganhar confiança numa personalidade que, depois duma primeira “abordagem” de entendimento e de defesa do interesse nacional, elogiada e classificada de muito positiva por quase todos os quadrantes da sociedade portuguesa, virou, a partir do Verão, para uma estratégia de confronto “barato” com o Governo, acabando por ficar encurralado no tabu sobre o Orçamento, provocando “resmas” de incertezas lá fora e cá dentro, materializadas no aumento dos juros da nossa dívida soberana?

 

Mesmo depois do Orçamento aprovado, e sabendo que até Março de 2011 o Parlamento não pode ser dissolvido, Pedro Passos Coelho continua, erradamente para a maioria dos portugueses, a alimentar uma guerrilha partidária permanente, criando um ambiente de pré-campanha eleitoral, quando, por enquanto, o que se lhe exige é uma atitude de Estado, compatível, com quem pode estar muito perto de ser o próximo Primeiro-Ministro.

 

(Gravura: DN Online)

SBF

publicado por voltadoduche às 01:56

03
Nov 10

 

Atrás de mim virá, quem de mim bom fará!

 

Nada mais apropriado do que citar este antigo provérbio, a propósito da participação da ex-líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, no debate parlamentar do OE durante a manhã de hoje. Do que ouvi em direto e do que li posteriormente, concluo que a Senhora usou aquela dose de bom senso e responsabilidade que tem faltado ao seu sucessor e a quem o rodeia.

 

Nunca “morri” de simpatia por MFL. Esse sentimento tem a ver com a forma, como ela, ao longo dos anos, tem intervindo na política portuguesa, incluindo o mandato à frente do PSD. Por isso mesmo, com a sua saída, acreditei que os interesses partidários iriam passar para segundo plano e, com a nova liderança, seria possível percorrer um caminho sereno e seguro com destino a uma governação competente e estável.

 

Enganei-me redondamente!

 

Numa primeira fase, ainda vi um PPC com bom senso e responsabilidade e um Sócrates menos arrogante e dialogante, naquele encontro em São Bento, mas, “foi sol de pouca dura”. PPC abriu as hostilidades e nunca mais parou. Sócrates, como também é seu lema, respondeu e contra-atacou em sucessivas ocasiões e, os portugueses, principalmente desde o Verão, sofrem cada vez que ouvem ou lêem notícias, ou, ainda pior, quando conseguem assistir a um debate parlamentar.

 

Na verdade enganei-me várias vezes!

 

Com Manuela Ferreira Leite, não tinha havido tabu em relação à passagem do OE de 2011. Tinha dito mais ou menos assim: “É mau, não é o meu orçamento, mas, em nome do interesse nacional, o PSD não o vai inviabilizar”. Os “mercados” tinham reagido de outra maneira e a situação hoje seria mais favorável, ou seja, Pedro Passos Coelho não foi solução nenhuma e, em vez disso, está a ser o problema!

 

(Foto: DN Online)

SBF


29
Out 10

 

Este dia chegou cinzento com muita chuva vento e trovoada, sintonizando-se com o “estado de espírito” imposto aos portugueses.

 

Ontem e hoje, estão a mostra-nos resultados de (CLICAR) sondagens ou barómetros, que refletem as intenções de voto nos partidos, se as eleições fossem agora.

Ao contrário do que alguns já querem fazer crer, o trabalho de campo do que agora nos é apresentado, foi feito antes da interrupção das negociações do Orçamento, entre PSD e Governo. A penalização do PS e de Sócrates confirma a tendência para fim de ciclo. Só admira que tenha levado tanto tempo, considerando a turbulência dos mercados e a implementação de algumas medidas de “corte” a meio do ano.

 

Esta queda do PS, tem diretamente a ver com o anúncio das últimas medidas de austeridade e do Orçamento para 2011, e, de forma muito “colada”, à redução dos vencimentos de parte dos funcionários públicos. Para além de “tocar” no bolso – embora só a quem ganha mais de 1.500,00 euros – de muita gente, funciona muito como fator psicológico. Até esta altura, os portugueses ainda acreditavam que o Governo conseguisse dar a “volta” à crise sem aplicar medidas mais drásticas.

 

Nesta conformidade, e com a ausência de algumas explicações em tempo, sobre os problemas da execução orçamental de 2010, em que a oposição se empenhou a fundo na correspondente denúncia, alguma confiança, que ainda existia no Governo, foi definitivamente minada, e o efeito aí está.

 

E em relação à subida do PSD? Depois dos sucessivos erros táticos, da demarcação de antigos apoiantes do PPC e de clara oposição de figuras com importância incontornável no partido, relativamente à sua estratégica sobre o Orçamento de 2011, das fortes pressões de todos os quadrantes da sociedade e de algumas estâncias internacionais sobre a necessidade da viabilização do Orçamento. Depois de tudo isto, como se deve ler os 40, 41, 42 ou 43% nas intenções de voto?

 

Não é certamente por mérito do PSD! Porque se a atitude de PPC tem sido menos calculista, mais consistente na defesa dos interesses nacionais, contrapondo ao egoísmo instalado no PS, o PSD hoje aparecia com 50% ou mais, em vez dos 40%.

 

A descida do PS é uma inevitabilidade mas, o povo português, não está a premiar o PSD na mesma proporção.

 

Ainda assim, estes números que o PSD atinge, vão na direção do poder. Parece-me não existirem dúvidas – se o PSD deixar passar o Orçamento – lá para o Verão do próximo ano, teremos um Governo PSD-CDS com Pedro Passos Coelho a Primeiro-Ministro.

 

SBF

 

(Gravura e Link: DN Online)

publicado por voltadoduche às 16:42

10
Jun 10

 

Nem o “oitenta” de José Sócrates nem o “oito” de Cavaco Silva!

 

Nestas palavras ditas em dia de Camões, “não havia necessidade” de tanto negativismo.

 

O Presidente da República, afirmar que «…a situação está insustentável…», referindo-se ao País naturalmente, é, pelo menos, negar tudo o que tem sido dito de positivo nos últimos dias, cá dentro e lá fora, relativamente à forma como as coisas estão a correr. Como Chefe de Estado, não me parece que seja a melhor maneira de motivar os portugueses, nem de transmitir confiança aos tais credores e especuladores sem rosto.

 

Também me chateia o excessivo “otimismo” do Primeiro-Ministro. As últimas estatísticas do nosso crescimento são muito boas, mas, toda a gente sabe, que dificilmente se aguentarão assim até final do ano. Para quê, falar disto, como se estivéssemos a caminho do paraíso?

 

SBF

publicado por voltadoduche às 22:25

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