A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

25
Abr 12

Tantos a reivindicar a “posse” do 25 de Abril…

 

Como se pode querer só para si, qualquer coisa que não é de ninguém e é de todos?

 

E os cravos vermelhos? Tantos… e em lapelas nunca vistos.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 23:58
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24
Abr 12

E o “bufo” recebeu o envelope que continha o pagamento das denúncias do mês de março. Era abril e o “bufo” contava fazer um bom mês em consequência do levantamento dos militares das Caldas.

 

Mal sabia o “bufo” que acabava de receber o último envelope daqueles que moravam na António Maria Cardoso.

 

Quando se deitava, antes de adormecer, como se fosse um jogo de adivinhação, imaginava que tortura teria sido aplicada a fulano, a beltrano e por aí fora. Pelas suas contas, durante este mês de “águas mil”, iria atingir a centena de “bufarias”.

 

Mal sabia o “bufo”, porque era o vigésimo quarto dia do mês, que nunca chegaria a cem denúncias.

 

Ouviu-se, “E depois do adeus” e a “Grândola Vila morena” e, pela madrugada, enquanto o “bufo” se preparava para assobiar para o lado e abraçar efusivamente o vizinho que antes denunciara, o “mancebo” acordava com as marchas militares que brotavam da telefonia.

 

E o mancebo ouvia,

 

e o mancebo pensava,

 

e o mancebo tentava adivinhar,

 

e o mancebo perguntou e a telefonia respondeu:

 

Aqui, posto de Comando do Movimento das Forças Armadas!


E o mancebo ouviu tudo e gritou:

 

A GUERRA VAI ACABAR!

  

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 21:55

23
Abr 12

O mapa da “Índia Portuguesa” iria permanecer junto dos outros que representavam todos os cantos do “império”, na sala de aulas da minha escola primária por muitos mais anos, mesmo depois de 18 de Dezembro de 1961, dia em que os territórios de Goa, Damão e Diu foram anexados pela União Indiana.

                      

O romance histórico, “A primeira derrota de Salazar” de Paulo Aido, conta-nos o que se passou naqueles últimos dias de 450 anos de soberania portuguesa em Goa. Trata-se duma narrativa cronológica que retrata bem a irredutibilidade de Salazar em negociar uma saída honrosa e vantajosa para todas as partes.

 

O que Salazar queria, para o poder exibir ao mundo, era o massacre dos 3.500 militares e, se possível, de mais alguns milhares de civis. Felizmente, na Índia, o Governador Vassalo e Silva teve o bom senso e a sabedoria de o evitar.

 

Paulo Aido é jornalista de profissão e a edição é de “Zebra Publicações” e a primeira em Novembro de 2011.

 

Para enquadrar, do ponto de vista histórico o romance, consultei com regularidade, “Xeque-mate a Goa” de Maria Manuel Stocker numa edição de 2005 da “Temas e Debates”. Há uma nova edição da Bertrand de 2011. Para quem se interesse por esta temática (Ex-Índia Portuguesa) ou, duma forma geral, pela política colonial de Salazar, aconselho vivamente este ensaio de Maria Stocker.

 

Enquanto li “A primeira derrota de Salazar” também mantive “à mão” outro retrato do ditador, “Salazar o ditador encoberto” de António Simões do Paço, edição da Bertrand de 2010, que me ajudou a considerar toda a abrangência daquela época tão “quente”. Em 1961 começava também a guerra em Angola e a ditadura de Salazar era, finalmente, condenada em todos os areópagos internacionais.

 

Silvestre Félix


21
Abr 12

Se o socialista Hollande ganhar as presidenciais francesas, muita coisa na Europa pode mudar, ou não!

 

Se o programa eleitoral do candidato mais as promessas de campanha forem levados à prática, a França dará um primeiro e decisivo passo para impor um novo paradigma na política europeia. Mas, como quase sempre acontece em qualquer eleição política, uma coisa é a promessa em campanha e outra, bem diferente, é o exercício do poder.

 

Se François Hollande ganhar podemos caminhar rapidamente para o fim deste ciclo neoliberal.

 

Noutros Países virá também a mudança e pode ser que ainda tenhamos um “Outono” com esperança.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 22:43

20
Abr 12

Com o desfile de coisas que têm mudado ou acabado nos últimos tempos em Portugal, ficamos com a sensação de que caminhamos para o fim. O País está uma sombra (para pior) do que era há dois ou três anos e há por aí uns quantos que continuam a culpar a generalidade dos portugueses pela austeridade que nos impõem.

 

Não foi o que inventou os “mercados”, os fundos financeiros, as crises das dívidas, os juros agiotas e as agências de rating. E os bancos de investimento? Quem os criou? Os mesmos – o capital! Estes bancos são autênticos aviários de agentes especulativos. Criam os seus produtos e definem a extensão dos seus tentáculos. Depois colocam os seus agentes nesses tentáculos, que podem ser organismos estatais ou mesmo governos, grandes empresas, bancos nacionais, outras empresas financeiras e bolsas de valores. O importante é que seja em zonas que estejam a sofrer algum tipo de vulnerabilidade. Desde a sede, normalmente do outro lado do oceano, vão dando instruções de atuação aos agentes para comprar, vender, lançar o boato, etc., etc. O objetivo é ganhar dinheiro e muito! Não interessa mais nada, se for preciso até se deitam governos abaixo.

 

O longo caminho de desenvolvimento percorrido no nosso País está a regredir rapidamente.


Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 23:15
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19
Abr 12

Desde ontem que está disponível o “Dicionário das crises e das alternativas” editado pelas “Edições Almedina” e autoria do “CES-Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra”, com prefácio do Professor Boaventura de Sousa Santos.

 

Esta obra coletiva, de indiscutível interesse, permite que, de forma muito acessível, entendamos muitas expressões utilizadas neste tempo atribulado e “troikado”. A propósito, vejam só o que Teresa Cravo escreve sobre a tão propalada e abusada “Ajuda Externa”:

 

«Particularmente evidente no caso de Portugal, o discurso dominante da “ajuda” para se referir à ação da troika camufla uma situação que deveria, na realidade, por empréstimo não-concessional, com juros entre 4% e 5% que podem vir a atingir metade do financiamento externo. A ideia de “auxílio” não só engrandece os credores, como esconde a principal motivação de intervenção externa: a salvaguarda dos seus próprios interesses económicos – evidenciada pelos países que suportam a maior parte do empréstimo serem aqueles mais expostos a uma eventual falência do Estado português.»


Na relação normal de negócio o BCE empresta à banca a 1% e um ou outro Estado da zona euro consegue financiar-se a menos de 1%. Como se pode chamar “ajuda”, a empréstimos com juros de 4% ou 5% como o que estamos a pagar?

 

Comprem o dicionário, só custa três euros com o JL ou Visão.


Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 23:06

18
Abr 12

Já não há qualquer espécie de dúvida, em Portugal, o ensino voltou a ser um privilégio de rico como o era no tempo “da outra senhora”.

 

Todos conhecemos um ou outro exemplo de abandono a meio do curso por nega de bolsa ou por inesperada dificuldade financeira. Por outro lado, são muitos os testemunhos de estruturas universitárias que confirmam a situação dramática de tantos e tantos alunos.

 

Para o Governo tudo está normal e o “falatório” não passa de invenção da oposição…


Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 21:07

17
Abr 12

Em 1969, embora a ditadura ainda caminhasse, respirava-se alguma esperança no futuro com a prometida “primavera marcelista”. Na verdade, a tão desejada “estação florida” nunca chegou e a luta continuou.

 

Neste ido ano do século passado foi tempo de (disfarçadas) eleições para a Assembleia Nacional, como na altura se chamava o Parlamento e, procurando bem, lá se encontrava um ou outro cartaz da CDE-Comissão Democrática Eleitoral, concorrente da oposição democrática que agrupava comunistas, socialistas e outros democratas de esquerda.

 

A CDE ou o MDP/CDE como se chamou depois do 25 de Abril teve como Líder o “obreiro de consensosJosé Manuel Tengarrinha. No último sábado, comemorando os seus 80 anos de idade, juntaram-se a ele antigos correligionários e muitos amigos. A comunicação social destacou alguns nomes mais conhecidos e o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, entregou a Tengarrinha uma das mais importantes condecorações do município da cidade capital.

 

O grande “pecado” de José Manuel Tengarrinha foi ser (ainda é) um acérrimo defensor de consensos. Nos tempos mais “produtivos” da nossa democracia, foi sempre mais importante defender posições políticas inflexíveis do que procurar pontes de entendimento no interesse do povo português. Daí o seu afastamento da política ativa.

 

Tengarrinha, nunca se encaixaria no jogo político das últimas décadas. Seria como um “peixe fora de água”.

 

Feliz aniversário para o grande José Manuel Tengarrinha.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 20:19

12
Abr 12

Em tempo de discussão parlamentar dum novo tratado UE, vem à baila, mais uma vez, a questão do referendo sobre a nossa participação na União (?).

 

A opção referendária nunca vingou porque a adesão à Europa iria, dizia-se, desenvolver o País e levá-lo à convergência económica com os parceiros mais ricos. Fazermos parte do “clube”, era a garantia de sucesso da nossa democracia.

 

De facto, essa corrida no sentido convergente aconteceu até início do século XXI mas, a partir daí, estagnamos e, nos últimos dois anos, regredimos quase ao ponto de partida.

 

Entretanto, a integração europeia do ponto de vista político não avançou e, em muitos aspetos, também andou para trás. Com a crise, destaparam-se as ”guloseimas”. As hesitações no início da questão grega por parte da Alemanha que, com a França de Sarkozy, já se assumia titular do “diretório”, puseram a nu todas as intenções relativamente ao futuro dos periféricos do sul.

           

A Espanha e a Itália voltam a estar na mira dos especuladores. É necessário que Portugal e os outros parceiros do sul se assumam em aliança e enfrentem os “atacantes”.


A “Jangada de Pedra” pode sempre funcionar.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 23:03

11
Abr 12

O Ministro da Saúde voltou a afirmar hoje na Assembleia da República que o setor da saúde continua sem ter sustentabilidade. A repetição desta ideia não é mais do que a necessidade de justificar mais medidas gravosas que aí vêm, para os portugueses.

 

A existência do SNS é, felizmente, um bom travão à desejada política ultraliberal, também na área da saúde, de alguns setores do poder vigente.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 23:39

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