A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

31
Out 11

Os nossos governantes são os melhores especialistas no botar inconvenientes discursos fora do País.

 

Em vez de criar condições de emprego e alguma esperança no futuro em Portugal, o Governo, pela voz do Secretário de Estado da Juventude e Desportos num seminário realizado em São Paulo, defendeu a opção da emigração dos jovens portugueses.

 

Tratando-se de um membro do Governo, não nos restam dúvidas em acreditar que os objetivos do poder instalado para amenizar as estatísticas do desemprego passam pela emigração dos nossos jovens.

 

Com governantes deste “calibre”, o destino traçado está! Novos portugueses nos quatro cantos do Mundo!

 

Que venham os poetas e escrevam – “sem armas e sem assinalarem os barões” – sobre os emigrantes do século XXI para que dos “fracos reze a história.”

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 14:07

26
Out 11

Já foi duro termos que ouvir a Chanceler ou “Chancelarina”, como lhe chama o líder do PS, afirmar que os portugueses têm férias e feriados demais, quando, depois das continhas todas feitas, se chegou à conclusão não ser verdade e, ao invés, os alemães, por exemplo, descansam muito mais do que nós. É claro que isto não tem nada a ver com produtividade. É outra coisa e não depende da quantidade de horas ou dias que se trabalha. Foi duro mas, reposta a coisa no sítio certo, nunca mais se falou do assunto.

 

Ora bem, a notícia não deve ter corrido no outro lado do mundo, lá para a costa ocidental do Canadá. Na verdade, quase a mesma coisa – «os portugueses têm demasiadas férias e isso tem de acabar» – foi dito por um Ministro português ontem no Parlamento. O homem, que chegou a Portugal apelidado de “estrela” (pode ser, mas falta-lhe a luz) tem protagonizado dos momentos mais hilariantes quando bota palavra.

 

Ontem, na Comissão de Trabalho, foi falar aos Deputados de férias, feriados, pontes e tolerâncias de ponto. Ao contrário do que aconteceu com o ameaço de apresentação do “Plano de reestruturação dos transportes”, levava o trabalho de casa em condições aceitáveis, contados os dias a mais e a menos, tudo bem feito e assim, deixando a economia para as calendas, se perderam mais umas boas horas de produção.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 16:36
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24
Out 11

Quando algumas vozes insuspeitas (??) declaram, sem vergonha, que os portugueses têm vivido acima das suas possibilidades, dá vontade de os mandar verem-se ao espelho.

 

Não foram “os portugueses”, quando muito, foram “alguns” portugueses que, no poder, aplicaram políticas governativas que, como agora se vê, não deram bom resultado. De certo tudo foi feito com boas intenções mas é preciso ter cuidado quando querem distribuir culpas pelos 10 milhões de cidadãos nacionais.

 

Todos nos lembramos como até há bem pouco tempo os bancos nos bombardeavam com oferta de créditos a torto e direita. Usando revolucionárias técnicas de “marketing”, os vendedores ao serviço da banca nacional e estrangeira, durante décadas, impingiram aos portugueses todo o tipo de produtos cobertos por créditos que, ao tempo, eram de regularização pacífica.

 

Quebrados todos os pressupostos rendimentos que, em consequência da crise e desemprego que o mesmo capital criou, os, antes digníssimos clientes, viram inconvenientes incumpridores quando não mesmo, horrendos caloteiros.

   

Como é que, “altos dignitários da nação”, afirmam, sem se engasgarem e num tom repreensivo, que os portugueses vão ter de se habituar a uma nova vida porque têm andado a viver acima das suas possibilidades?

 

Dobradas reformas e subvenções vitalícias toleradas e aprovadas pelos “próprios”, têm conservado o bem-estar material da elite de “alguns portugueses”, que, por coincidência, são os que nos têm governado nos últimos trinta anos.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 17:02

21
Out 11

Confirmando a apetência hipócrita para deitar areia aos olhos dos portugueses, uma catrefada de políticos e afins, correram a tudo o que é microfone e escrita para se pendurarem nas afirmações “cavaqueiras” dos últimos dias, a propósito da proposta do Orçamento de Estado.

 

A “equidade” evocada por Cavaco Silva não o eleva a defensor oficioso dos funcionários públicos como alguns agora querem fazer querer. Há um ano, também contestou o corte salarial imposto à função pública pelo Governo de Sócrates por ser só aos funcionários públicos. Já relativamente à taxa especial que engolirá parte do subsídio de Natal deste ano, como, para além dos funcionários públicos, abrange o resto do pessoal privado, achou muito bem e referiu-se à medida diversas vezes em tom muito elogioso para o Governo.

 

Bem podem os da oposição limpar bem as mãos pela (…) que disseram, porque o que tinha mobilizado Cavaco Silva para um apoio inequívoco a este Orçamento, teria sido a abrangência do corte dos subsídios também aos privados.

 

Já lá vai o tempo em que os funcionários do Estado eram os “parentes pobres da nação”. A função pública, com todo o direito, atingiu níveis se segurança de emprego e de compensação em geral, em muito pouca percentagem igualadas ou ultrapassadas no setor privado. Mesmo assim, neste tempo, a quase totalidade dos desempregados registados não consta que sejam funcionários públicos e, também pelo que se vai sabendo, numa parte considerável das empresas privadas há muito que deixaram de ser “letra” os “contratos coletivos de trabalho” e, pelo menos há dois anos, têm sido feitos muitos acordos de empresa com reduções de salários e subsídios em troca da manutenção dos postos de trabalho.

 

Tudo está errado!

 

“Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão!”

 

Merkel e Sarkozy mandam nisto tudo! Até se dão ao luxo de marcarem e desmarcarem cimeiras…

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 16:48

19
Out 11

A sociedade portuguesa está envolta num manto de mentira que, a uma velocidade inacreditável, vai deprimindo os cidadãos tornando-os peões de um jogo sem regras conhecidas.

 

Todos os dias saltam para a ribalta vários arautos que se afirmam como sendo os únicos verdadeiros e, alguns, até se arrojam a apresentarem-se como possíveis salvadores da Pátria. Principalmente estes, que botam discurso para qualquer microfone que lhes ponham à frente, sabem, melhor que ninguém, que fazem parte desta grande farsa.

 

A escravidão” moderna vai alastrando, dando sentido aos desígnios do “grande capital” – Dominar tudo e todos através dos seus compridos e poderosos tentáculos!

 

No nosso País estamos todos meio anestesiados e a única coisa que se sente é que estamos a caminho do abismo. Só conhecemos más notícias. Os inteligentes – economistas, políticos, politólogos ou comentadores – não têm competência para nos dar as menos más notícias e, muito menos, alguma luzinha ao fundo do túnel.

 

A nossa vida transformou-se num conto “contado” em números e percentagens. Até poderia ser divertido, mas não é. Aqui, a matemática está viciada – Só se aprende a subtrair!

 

A sociedade portuguesa está envolta num manto de mentira!

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 16:33

14
Out 11

O protagonismo repetente do “leite achocolatado” neste filme a preto e branco porque a troika não autorizou a cores, começa a provocar "embolias" em tudo o que são canudos e vasos que transportam o sustento da crise que está a pôr os portugueses a “pão e água”. Mesmo assim, vai ser difícil saber o que nos vai acontecer quando as “Águas de Portugal” forem privatizadas e quando o pão duplicar ou triplicar de preço.

 

Imagino que o “leite achocolatado”, pelo abusivo envolvimento na história, se indignará e, porque não está para aturar mais isto, imigrará para bem longe, de preferência para sítio sossegado e onde ainda não tenha sido inventado o IVA. O mal utilizado “leite achocolatado”, saboreado pela palavra por “gustativas” de tão duvidosa sabedoria, não permitirá que eles continuem a usar o seu nobre sabor e relevante vitamínico, para atingirem tão degradantes objetivos.

 

Ontem, no meio dos Himalaias, enquanto na ponta desta “Jangada de Pedra” “onde a terra acaba e o mar começa”, se decidia o destino do “leite achocolatado”, sem que o interessado fosse “tido nem achado”, o Reino do Butão festejava o casamento do seu jovem Rei com uma bela Plebeia de 21 anos, conforme noticia hoje o Diário de Notícias. O Reino do Butão ainda está a salvo de muitas universais maldades – a televisão só chegou lá em 1999. As cores que dominaram a cerimónia foram as consideradas auspiciosas e que transbordam simbolismo.

 

No Reino do Butão a festa durou até às tantas e não se falou de IVA, IRS, TSU nem de “leite achocolatado”.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 16:55

13
Out 11

O vendaval continua por cá e por essa Europa fora… As indecisões, ou melhor, as não decisões, estão a virar tudo do avesso. O capital e os seus capangas especuladores tomaram conta das economias, dos Países e dos seus políticos.

 

Olho neste momento para os indicadores bolsistas em direto e vejo tudo a vermelho incluindo os índices do outro lado do Atlântico. Por cá, encafuados no Conselho de Ministros, os Membros do Governo tentam fechar o orçamento a todo o custo. “Cortar” e “reduzir” são as formas verbais mais utilizadas nestes últimos dias e, cada vez que são aplicadas nas parcelas do documento, traduzem-se em “marteladas” certeiras na cabeça do “” português.

 

Fico de boca aberta quando verifico que, por cá, o discurso de alguns está a mudar. A imposição dum diretório a dois na União (??) Europeia não aconteceu só agora, vem funcionando, pelo menos, há três anos.

 

Todos se subalternizaram ao “casal maravilha” e aí está o resultado.

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 16:00

11
Out 11

“Enquanto Salazar Dormia…” não se fez muita coisa que ele não soubesse. O ditador tinha, por sua conta, muitos olhos e ouvidos que não deixavam que se passasse nada sem que ele viesse a saber – obra de Domingos Amaral, publicado a primeira vez em 2006, retrata bem o que era Portugal e, muito particularmente, Lisboa, durante a Segunda Guerra Mundial. À Capital portuguesa chegam refugiados aos milhares. A cidade transforma-se, dum momento para o outro, no porto seguro de Judeus, homens de dinheiro, atores e atrizes e, especialmente, os espiões mais valiosos dos países beligerantes. De todos, a maioria passava por Lisboa que servia de ponto de trânsito para viagens mais longas, quase sempre para o outro lado do Atlântico. Os espiões vieram e ficaram. O livro de Domingos Amaral trata exatamente destes, dos espiões.

 

Salazar, para garantir que se sairia bem, independentemente de quem ganhasse a guerra, tolerou estes ativos, mas, a dada altura pôs, descaradamente, a PVDE a trabalhar para os serviços secretos alemães. Mesmo assim, quando confrontado com os protestos ingleses, teve sempre que ceder.

 

A narrativa é entusiasmante e muito bem entrançada entre os interesses da espionagem e dos amores e desamores do herói da história que, 50 anos depois e já muito velho regressa a Lisboa para assistir ao casamento do neto, ouvinte predileto das suas aventuras.

 

Domingos Freitas do Amaral nasceu em 1967 na cidade de Lisboa, é escritor, jornalista e diretor da revista GQ.

 

“Enquanto Salazar Dormia…” foi publicado pela “Casa das Letras” em 2006 e em 1ª edição da BIS (bolso) em Julho de 2010.

 

Silvestre Félix

 

(Gravura: Capa do Livro do site do autor)

publicado por voltadoduche às 16:40

10
Out 11

Tudo se vai resumindo à força do dinheiro. Quando não se autosustenta, ou seja, quando não dá lucro, é inviável ou, se já existe, extingue-se, funde-se, integra-se ou utiliza-se outras expressões que vão dar ao mesmo.

 

Não há mais nada para além da dívida e da redução do deficit, mesmo que isso represente o caminho para o desastre.

 

Há palavras, expressões ou frases que, alguns, se pudessem, apagavam dos nossos dicionários. A mais flagrante – A CULTURA!

 

Não consigo entender como, duma penada, querem pôr os nossos museus a dar lucro como se fossem balcões a venderem sumos naturais ou farturas quentinhas e bastante óleo da fritura.

 

A nossa sociedade e os nossos valores estão completamente submetidos ao poder do capital que nunca olha a meios para atingir os seus fins. O “polvo” está a despojar-nos de tudo o que, embora devagarinho, nos aproximava dum povo culto. É tudo o que eles não querem. Quanto menos cultura, mais fácil é para levarem a deles avante.

 

Será que a cobrança de entradas nos museus aos Domingos vai resolver o problema da dívida?

 

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 17:34

09
Out 11

Em vez dos discursos e entrevistas catastrofistas do Presidente da República, do Primeiro-Ministro e de alguns dos seus ministros, para quando – como muito bem pergunta Pedro Marques Lopes na sua crónica do Diário de Notícias – um pouco de esperança? É tempo do Governo começar a explicar melhor porque é que nos está a pôr a “pão e água”. As medidas de austeridade estão a surgir avulso e de todos os lados mas sem qualquer ligação entre si que não seja a Troika ou a conjuntura internacional, contrariando, aliás, tudo o que diziam antes das eleições.

 

Cavaco Silva continua a dizer que «temos de trabalhar mais e melhor». Mas quem é que tem de pôr o País a «trabalhar mais e melhor»? São os que trabalham, o cidadão comum? Claro que não! Hão de ser os empresários, os que têm a responsabilidade da gestão das empresas, da economia e, em última análise, os políticos com responsabilidades governativas em todos os patamares – Central, regional e autárquico.

  

O Governo não pode esticar muito mais a corda. É bom que comece a dizer que caminho vamos percorrer. Temos o direito de escolher percorrê-lo, ou não.

  

Silvestre Félix

publicado por voltadoduche às 19:37
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