A volta das voltas. Chegamos, partimos e lá voltamos sempre!

06
Jan 10

 

A narrativa é do Jorge e “ela” é a Mercedes. «Ela entregou-se-me e possuiu-me atentamente, minuciosamente, numa concentração que lhe cerrava com força os olhos e lhe cravava as unhas nas minhas costas, e que não queria que eu, nem para começar, me soltasse dela.»
É um pequeno trecho do extraordinário romance de Jorge de Sena, “Sinais de Fogo”. Foi leitura da minha juventude e que em boa hora a “Guimarães Editores” reedita agora. O livro já tinha feito parte da minha prateleira mas, sem saber porquê, provavelmente um “daqueles empréstimos”, eclipsou-se e não voltei a encontra-lo. Passado todo este tempo, vi notícia sobre a publicação desta nova edição e não descansei enquanto não o comprei.
Lá para as bandas da Figueira da Foz, um grupo de amigos gozava tempo de descanso pelos idos anos de 1936, com a Guerra Civil de Espanha em “cima da mesa”, e, de entre eles, um despertava para a sexualidade, para a política, e para tudo o que mexia à sua volta.
“Sinais de Fogo” é um ícone da literatura portuguesa, e, o seu autor, um maior das nossas escritas. É imperdível! Foi adaptado ao cinema por Luís Filipe Rocha em 1995.
Jorge de Sena nasceu em Lisboa em 1919 e morreu em 1978 nos Estados Unidos, na cidade de Santa Bárbara na Califórnia onde viveu desde 1970. Como tantos portugueses, também ele foi vítima do regime fascista e teve que partir para exílio em 1959. Instalou-se no Brasil onde esteve até 1965 tendo viajado para os USA afim de leccionar na Universidade de Wisconsin. Os seus restos mortais foram transladados de Santa Bárbara para Portugal em Setembro de 2009 e depositados no Cemitério dos Prazeres. A sua obra é enorme, contam-se perto de 50 títulos entre poesia, prosa, ensaio e drama.
A edição é da Guimarães Editores” em Novembro de 2009.
SBF
(Gravura: Capa do livro digitalizada)
publicado por voltadoduche às 01:42

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